terça-feira, 30 de abril de 2019

As mulheres ciganas existem e resistem!


Por Sofia Debbaudt


Descrição para cegos: A foto mostra Olga Mariano, mulher cigana entrevistada, de baixo do ombro para cima, de frente para a câmera com um olhar forte.

       As mulheres ciganas além de já sofrerem o machismo enraizado socialmente também sofrem com o preconceito gerado pela esteriotipação do povo cigano. Em uma grande reportagem, os jornalistas Pedro Soares Botelho e Andreia Friaças mostram a vida de mulheres ciganas e como elas existem e resistem em nossa sociedade. Contando as batalhas diárias de Sónia Matos, Alzinda Caramelo, Maria Noel Gouveia e Olga Mariano, ciganas que compartilharam sua história e fizeram parte dessa reportagem. Confira!

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Minha experiência como vítima de racismo na escola

Descrição para cegos: criança negra com expressão facial triste. Em segundo plano crianças brancas apontando e rindo da criança negra.


       Texto de desabafo da autora e estudante de jornalismo Iasmin Soares sobre as suas experiências de racismo nas escolas em que estudou.  Muito importante, pois através das palavras a estudante nos mostra a dor que passou e como a resinificou.  Quando forem ler preparem-se para as histórias tristes, que infelizmente mostra a realidade de muitas crianças e adolescentes negros. Já a leitura pode ser realizada em seu blog na plataforma Medium, onde a autora posta outros textos com temáticas parecidas. Para acessar clique aqui (Por Iasmin Soares).

Linn da Quebrada e o seu grito de denúncia em: "Mulher"

Descrição para cegos: Linn se encontra no dentro da imagem, com uma mão sobreposta à outra. A cantora está em um ambiente com muita sombra e está escorada em algum tipo de apoio  para orações.

Por Rorion

        Subversiva, revolucionária, travesti e negra. Essas são características de Linna Pereira, conhecida como Linn da Quebrada, cantora de funk pop da grande São Pauloque dá voz as minorias das quais ela faz parte. Com abordagem crua e sem censura, Linn versa sobre sua vivência.
        Em “Mulher”, a cantora trata de temáticas delicadas, que discutem identidade de gênero, violência e empoderamento das transexuais e travestis.

De noite pelas calçadas
Andando de esquina em esquina
Não é homem, nem mulher
É uma trava feminina
Parou entre uns edifícios, mostrou todos os seu orifícios
Ela é diva da sarjeta seu corpo é uma ocupação
É favela, garagem, esgoto
E pro teu desgosto,
Está sempre em desconstrução
Nas ruas pelas surdinas é onde faz o seu salário
Aluga o corpo há pobre, rico, endividado, milionário!”
VERSO 1

        Logo no inicio da música é explicitada a situação de marginalização desse grupo, dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 90% das transexuais e travestis brasileiras sobrevivem economicamente através da prostituição. Realidade essa potencializada devido à negação de sua identidade e exclusão no meio em que vivem.
        A coerção social é uma arma muito poderosa, que discrimina e agride física e psicologicamente tudo que não se encontra nos padrões por ela ditado. No refrão da canção, Linn canta: “Segredo ignorado por todos e até pelo espelho”, a luta pela aceitação da identidade, que é a todo instante reproduzida de maneira negativa na sociedade.
        A intérprete adota um discurso empoderador em relação a esses corpos que possuem suas verdades ignoradas, enaltecendo a luta diária por direitos a elas rejeitados: “Bato palmas para as travestis que lutam para existir, e que a cada dia conquistam o seu direito de viver e brilhar”. No Brasil, a estimativa de vida de transexuais e travestis é de 35 anos, menos da metade da estimativa brasileira que é de 75 anos, dado fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Descrição para cegos: A cantora Linn está de olhos fechados com as mãos em direção ao rosto. Com grandes unhas e lábios pintados de batom.

“Ela é feita pra sangrar
Pra entrar é só cuspir
E se pagar ela dá para qualquer um
Mas só se pagar, hein! Que ela dá, viu? Para qualquer um”.
VERSO 3

       Linn denuncia constantemente durante a canção que as pessoas dessa comunidade estão sujeitas a violências, devido principalmente a prostituição, que é praticamente “empurrada” como uma das únicas alternativas de trabalho. O Brasil é o país que mais mata transexuais/travestis no mundo, de acordo com dados apurados pela ANTRA, no ano de 2017, foram 179 assassinatos, ocupando o primeiro lugar no ranking mundial de mortes, com três vezes mais do que a segunda posição, México, com 56 assassinatos .
       O Brasil também se encontra em primeiro em outro ranking, em uma pesquisa realizada pelo site de vídeos adultos, PornHub. O site mostra dados que indicam que o Brasil, em 2016 e 2017 teve presente à categoria ‘Travestis’, em seu top cinco das mais procuradas (quinta e quarta posição respectivamente), pontua também que o Brasil é o país, que comparado com o resto do mundo, mais acessa essa categoria  com 89%.
       Linna Pereira finaliza a música, retratando o amor negado a elas e a suas semelhantes. Além de serem negligenciadas em todos os âmbitos sociais, também acabam por ter seus sentimentos invalidados pela imagem do “homem” que a usa somente como objeto de prazer.

“Homem que consome,
Só come e some
Homem que consome,
Que só come, fodeu e some”.
‘Outro’

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Retrato: A simplicidade e o cotidiano das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais

Descrição para cegos: a imagem mostra três mulheres com vestimentas de estampas tradicionais, todas com amarrações na cabeça. A foto da sensação de movimento, pois parecem estar dançando. 
Por Rorion

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Eu, Oxum: documentário narra a experiência de filhas de santo em terreiro

Descrição para cegos: Na foto aparece Heloá, que assina a direção do curta e também participa como personagem. O close é dado no rosto da jovem negra, que usa adereços do candomblé, guias e um turbante branco na cabeça.


Por Ana Beatriz Rocha



A matéria apresenta o documentário “Eu, Oxum”, que trata-se de uma curta narrativa dirigida pelas sergipanas, mãe e filha, Martha Salles e Heloá sobre o cotidiano no terreiro Ilê Axé Omin Mafé, em Riachuelo (SE). Além disso, ela traz uma breve entrevista com a idealizadora Heloá, levantando importantes pontos sobre estereótipos e o combate a estes.

O documentário, por sua vez, retrata de forma subjetiva a relação das personagens com sua mãe Oxum, orixá feminino presente na Umbanda e no Candomblé.

Confira aqui.

Povo indígena: os escravos do etanol


Por Sofia Debbaudt



Descrição para cegos: Foto de dois homens trabalhando no corte da cana de açúcar. Eles vestem preto, botas, luvas, chapéu e carregam facões e a cana já cortada.
       Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana de açúcar), as lideranças indígenas muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por latifundiários. A EcoDebate nos mostra a partir do documentário “À Sombra de um Delírio Verde” a difícil realidade do povo indígena. Eles lutam desigualmente pela reconquista do seu próprio território, enquanto são explorados em exaustivas jornadas de trabalho nos canaviais análogas à escravidão. Confira as barreiras e lutas enfrentadas por esse povo no documentário aqui.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Brasil cigano, formado por mais de 500 mil pessoas, ainda é pouco conhecido

Descrição para cegos: Na foto há duas mulheres ciganas, o foco é dado para o rosto de uma delas. Ela tem cabelos lisos, longos e bem pretos, adereços cor de rosa e dourados. A moça está sorrindo.

Por Ana Beatriz Rocha


O artigo é datado de 2013, mas o trouxemos aqui devido a riqueza de detalhes que ele possui. O texto retrata a dificuldade dos povos ciganos em acessarem as políticas públicas nos municípios onde tem seus acampamentos. As dificuldades são, entre outras, no acesso a saúde e a educação para as crianças. O autor afirma que as políticas para esses povos avançaram ao longo dos últimos anos, mas que na prática muitos aspectos impedem o acesso. Além disso, explica um pouco da história dos povos ciganos, que são tidos como inexistentes e sempre silenciados no Brasil.

Confira aqui


quarta-feira, 10 de abril de 2019

"Martírio": o assassinato e a invisibilidade do povo Guarani Kaiowá

Descrição para cegos: a imagem mostra diversos rostos pintados de pessoas pertencentes a tribus indígenas. Com foco para o semblante de preocupação de uma mulher com o rosto verde e adornos na cabeça no canto esquerdo da fotografia. Fonte: Print do youtube

        Por Rorion

O filme "Martírio", lançado 16 de abril de 2017, narra a realidade vivida pelo grupo Guarani Kaiowá, que habita a região centro-oeste do Brasil. Entre conflitos e opressões de fazendeiros e pecuaristas, o filme documental tem como missão mostrar a realidade crua desse povo perseguido.
        Com direção coletiva de Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana de Almeida o longa também apresenta visões da perspectiva dos latifundiários. O Documentário é de grande importância para o cenário cinematográfico brasileiro, por mostrar como é o desenrolar dos confrontos genocidas entre indígenas e latifundiários, nos quais as vítimas são tidas como vilãs. Para assistir o filme, clique aqui.

Mulheres indígenas e o parto


Descrição para cegos: Na imagem há mulheres indígenas dando a luz de cócoras, segurando seus bebes e ao fundo há outros indígenas observando esse momento.
Por Iasmin Soares
       O parto é um ritual em qualquer cultura, seja ocidental ou oriental, é algo natural da espécie humana. Mas algumas mulheres são invisibilizadas enquanto a sua forma de parir, de gestar e do seu puerpério, é o caso das mulheres indígenas.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Comunidades quilombolas existem e são mais do que os seus estereótipos

Descrição para cegos: a imagem mostra um grupo de pessoas dançando. Algumas segurando uma saia longa florida fazendo movimentos circulares e dois meninos tocando tambor, instrumento de percussão muito usado na musicalidade africana.

Quilombos Urbanos no Brasil:desafios e expectativa

Descrição para cegos: A imagem mostra um grupo de pessoas prestando atenção na fala de um homem. A maioria das mulheres da foto veste saias longas e estampadas. Estão em frente a uma igreja.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Povo Cigano, povo invisível

Descrição para cegos: Foto da capa do documentário “Povo Cigano, povo invisível”, traz cartas de tarô no canto inferior direito, uma rosa vermelha no canto superior esquerdo, um pedaço de tecido no canto superior direito e ao centro o nome do documentário.



       O documentário feito pela TV Justiça nos apresenta os povos ciganos aqui no Brasil. Traz a história da vinda dessa população para o nosso país, os três tipos de etnias ciganas que existem aqui (Rom, Calon e Sinti), o número de ciganos que habita o Brasil (cerca de 500 mil) e o estado brasileiro que mais tem acampamentos ciganos (Belo Horizonte, com 58 acampamentos). O filme também explicita o preconceito que essa população enfrenta diariamente e todo um histórico de perseguição. Para finalizar, o documentário apresenta o papel importante que o Ministério Público teve no processo de assegurar os direitos fundamentais para os povos ciganos, sendo a principal luta pelo direito à moradia. Para conferir clique aqui  (Por Iasmin Soares)

8 de abril é o dia internacional dos Ciganos, mas eles não têm muito o que celebrar

        Por Sofia Debbaudt

        No dia (08) de abril é celebrado o Dia Internacional do Cigano, um povo que luta contra o preconceito e discriminação e pelo direito à preservação da sua cultura, memória e história.

Descrição para cegos: A imagem mostra a bandeira do povo cigano, em destaque em uma manifestação. 

domingo, 7 de abril de 2019

De “Goela Abaixo”: as facetas do amor por Liniker e os Caramelows

Descrição para cegos: A imagem é um retrato tirado de todos os membros da banda Liniker e os Caramelows, todos estão vestidos com roupas em tonalidades quentes enquanto posam em o que parece ser uma pista de pouso para helicopteros. Foto: Leila Penteado.

Por Rorion

O “Goela Abaixo”, lançado dia 22 de março surge como resultado da criação coletiva dos membros da banda Liniker e os Caramelows, com composições da vocalista Liniker Barros, as músicas se costuram no decorrer do álbum que se encerra tal qual um ciclo -com início, meio e fim. Com a instrumentalidade mais explorada do que nos trabalhos anteriores, a harmonia com os vocais soa como mais um instrumento.

A escrita intimista e crua de Warsan Shire

Descrição para cegos: Warsan Shire se encontra em frente ao que parece ser um estacionamento, com sombras de uma arvore no rosto a escritora está usando uma touca e com os braços levemente postos um sob o outro. Foto: Amaal Said
Por Rorion

       Warsan Shire, poetisa britânica, refugiada desde o primeiro ano de vida, nasceu no Quênia e possui pais somalianos; busca por meio de suas obras retratar a sua vivência e a de pessoas de seu ciclo social. A escritora tem bacharelado em Artes e Escrita Criativa e aborda em suas produções temáticas como: afetividade, condição de refugiado e a solidão da mulher negra.
  Como escritora, Shire traz em suas obras delicadesa e  intimismo. Em 2011 publicou seu primeiro livro "Teaching My Mother To Give Birth" pelo selo Flipped eye e em 2015, lançou seu segundo "Her Blue Body" com a mesma editora. 
Beyoncé, em seu longa-metragem "Lemonade", recita versos de diversas obras de Warsan, destaque para "Mulheres que são difíceis de amar", onde a poetisa versa sobre o preterimento e devoção de uma mulher em um relacionamento abusivo. Leia o poema aqui.

sábado, 6 de abril de 2019

O samba dos morros que a elite usurpou

Descrição para cegos: A imagem mostra uma roda de samba. No ambiente as paredes são pintada de amarelo,  possue berimbaus e a bandeira do Brasil pendurada. No centro da roda, uma mulher negra vestida de branco dança, e em sua volta mulheres batendo palmas e homens sentados tocando instrumentos. 


Por Ana Beatriz Rocha


“Quem não gosta de samba, bom sujeito não é
É ruim da cabeça, ou doente do pé”

       Dentre os diversos estereótipos que a comunidade internacional limita aos brasileiros, um bem marcado é o samba. Apontado como constitutivo da identidade nacional, o ritmo carrega consigo a mais pura originalidade brasileira, pois foi em solo tupiniquim que nasceu esse marco cultural que vai além da conhecida sonoridade.

       Em tempos onde a escravidão ainda era plano de fundo da história do país, através dos africanos escravizados no Brasil, um novo gingado surgia. A Bahia foi o berço do ritmo que veio dos batuques e do jongo, trazidos de Angola e do Congo pelos negros que foram covardemente arrancados de seus países para serem subjugados no Brasil. Com influência de elementos religiosos, tinha origem numa comunicação ritualística, onde cultura e espiritualidade se fundiram numa cadência poética que geraria o mais famoso ritmo musical brasileiro.

“Somos herança da memória
Temos a cor da noite
Filhos de todo açoite
Fato real de nossa história”
Identidade - Jorge Aragão

       O mais tradicional é o samba de roda, que num misto de palmas, coro e instrumentos de percussão fez surgir um som divertido e dançante, onde um círculo de instrumentistas homens se abria em volta de uma mulher que dançaria e trocaria seu protagonismo com as outras que da roda faziam parte.


       No século 19, após o Rio de Janeiro ter se tornado capital do Brasil, muitos africanos escravizados foram mandados da Bahia, e de outros lugares do país, para a então capital, devido às reconfigurações econômicas que a mudança desencadeou. Com isso, havia um aglomerado de religiões iorubás num só lugar, e ao batuque foi se incorporando o maxixe e a polca, dando origem às conhecidas rodas de samba dos morros cariocas. Após a invenção do rádio, em meados da década de 1920, o samba chegou às elites do Rio. Com isso, ele foi assimilado pela indústria fonográfica e por artistas brancos de muito longe dos morros.

       É comum citarem nomes como Noel Rosa e Beth Carvalho para lembrar do samba, mas é na memória de Cartola, Nelson Cavaquinho e Pixinguinha e, na contemporaneidade, Alcione, que as raízes dos morros pretos são ressaltadas e os muitos sambas, que não vieram de um só lugar, são tocados como se ainda estivessem em casa. A mãe África, genitora do balanço envolvente que deu vazão a pluralidade nos saúda quando o sambista de melanina acentuada dá o primeiro repique, reverenciando seus ancestrais.

       Os batuques saudaram Cartola, morador do Morro da Mangueira e compositor do primeiro samba-enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, “chega de demandas”. Muitos dos seus sambas cantam a dor de um amor naufragado, o amor preto que não vingou. Não foi uma sina só de Cartola retratar tal dor em suas letras, e essa narrativa ainda emociona por ser tão cotidiana nos dias atuais. Devido ao fato de terem tido as constituições amorosa e familiar ceifadas pelos grilhões da escravidão, a comunidade negra tem até hoje sua afetividade negligenciada. Era improvável amar num tempo em que as mulheres negras escravizadas eram estupradas por seus senhores e os homens chicoteados para trabalharem sem parar. Dor que virou samba, atravessou gerações e derrama lágrimas perenes.

“Tristeza
Quanta tristeza tenho eu
Só em saber
Que vivo longe dos carinhos teus”
Tristeza - Cartola


Descrição para cegos: Imagem em preto e branco, close no rosto do sambista Cartola. Eles está de óculos escuros e sua mão direita segura a haste do óculos, como quem o colocou há pouco.


       Não há como falar em singularidade no que se refere ao samba, pois são muitas origens. Assim como os povos africanos são de culturas diversas, as misturas que foram feitas quando os batuques aqui chegaram também foram muitas, assim, é de se esperar que não seja um produto cultural, e sim produtos. O samba de roda, samba-enredo, samba reggae, samba-canção, samba rock e muitos outros. No entanto, sabe-se que a indústria cultural tende a assimilar o que vê como rentável, e quando não tem sucesso, descarta tal ritmo e cria uma associação negativa acerca do mesmo. Quando levado ao cenário internacional, o samba de roda sofreu higienismo, ganhou uma corporeidade melódica e artistas ligados a elite boêmia do Rio de Janeiro passaram a ser postos como estrelas do gênero musical.

      Porém, é importante explicitar que a roda de samba, em sua gênese, é um espaço de resistência. Momento sagrado, onde as manifestações de fé se elucidam e a sensibilidade de um povo é aflorada por meio do corpo em movimento e a sonoridade que levava embora, por um tempo, as mazelas do período escravagista. As raízes têm que ser preservadas, não em negação ao novo, mas como forma de respeito ao passado de luta do povo preto, e de como o samba é parte necessária para contar a história de enfrentamento aos costumes normativos do sistema opressor.




O esporte como ferramenta na luta contra o racismo

Descrição para cegos: Registo de Jackie Robinson em uma partida, vestido com seu uniforme do Dodgers com um taco levantado na mão.
Por Sofia Debbaudt

       O debate sobre o racismo e discriminação continua em pauta no noticiário esportivo. Pois episódios de fortes ofensas e humilhações racistas, como as sofridas pelos jogadores Boateng em 2013, Daniel Alves em 2014, pelo meio-campista Fernandinho em 2018 na Copa do Mundo e pela judoca Rafaela Silva em 2012 nas Olimpíadas, são ainda frequentes.
       Hoje, vamos falar sobre o racismo sob a perspectiva história e como o esporte foi e é uma ferramenta para vencer a discriminação racial. É importante sabermos que o esporte influencia na cultura e na política de países e por meio dele fenômenos e mudanças sociais acontecem.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

A insubmissa Carolina Maria de Jesus

Descrição para cegos: Foto bastante conhecida, onde Carolina Maria de Jesus aparece do busto para cima, com rosto levemente inclinado. Ela usa um lenço branco cobrindo totalmente o cabelo, e traje também branco. A sua frente tem sua principal obra, “Quarto de Despejo”. Registro em preto e branco.

Descrição para cegos: Fotografia com foco nos rosto de Carolina, já com a idade avançada. Ela está de frente, com a cabeça levemente apoiada em sua mão. Também usando um lenço branco e vestimenta florida, e está com o olhar direcionado para cima. Registro em preto e branco.
Por Ana Beatriz Rocha

A indicação de hoje é de um texto em reverência a escritora Carolina Maria de Jesus. Em sua publicação, a redatora Larissa Bontempi descreve com sensibilidade e, de forma até sensorial, afeto a trajetória de Carolina com a escrita. Trazendo um destaque para sua obra mais conhecida, “Quarto de despejo”, o texto ressalta o quão bem Carolina Maria de Jesus retratava a realidade das pessoas pretas e pobres, além de tecer críticas a momentos políticos marcados pela desigualdade social. Vale muito a pena conhecer um pouco mais dessa escritora incrível por meio desse excelente artigo.

Confira aqui.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Quinze artistas negras que você precisa conhecer

Descrição para cegos: Imagem composta por fotos, em quadrado, das quinze artistas negras citadas na matéria.



A matéria escrita por sthepanie ribeiro traz quinze nomes de mulheres negras artistas de diversas áreas, desde a literatura até às artes plásticas. Leitura necessária para abrir os nossos horizontes e conhecer um pouco mais do trabalho de cada mulher negra que pela arte escolheu contar a sua história. Para acessar a matéria completa clique aqui.  (Por Iasmin Soares)


Ferramentas para se tornar antirracista

Por Sofia Debbaudt

Descrição para cegos: A imagem mostra duas mãos dadas em símbolo de união, uma de uma pessoa negra e outra branca.

  
       O texto “A luta antirracista não é uma guerra de negros contra os brancos” exterioriza a discussão sobre o racismo e os lugares sociais de brancos e negros. Trazendo à tona o mito da democracia racial que gera a falsa ilusão de que o racismo não existe no Brasil. A matéria mostra como todo branco é potencialmente racista no nosso país e como isso é consequência da estrutura da nossa sociedade, que define os lugares de superioridade e subalternidade para as determinadas cores de pele. Por fim, o texto também oferece ferramentas para se tornar um antirracista, confira aqui.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

A marginalização do funk na periferia e a glamourização na elite

Descrição para cegos: A imagem mostra uma multidão no baile da gaiola, que acontece na Penha comunidade da cidade do Rio de Janeiro.

Por Michelly Santos


       As rachaduras feitas na história, nos mostra nitidamente os dois pesos e duas medidas remetidos à cultura negra em contrapartida com tudo que compõe a branquitude na sociedade. O Funk, Hip-hop, Rap, samba; a musicalidade e as nuances genuínas do povo negro são criminalizadas, caso sejam produzidas para consumo no ambiente periférico e para pessoas negras. Nesse contexto é inserida a diferença, quando é feita para a comunidade e quando é ampliada para além dela.

A cultura negra é popular, o povo negro não

Descrição para cegos: a imagem mostra um twitte do poeta B. Easy com a frase em inglês: Black culture is popular, Black people are not. Em português significa: cultura negra é popular, pessoas negras não são.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Slam das Carolinas promove o antirracismo no Centro de Comunicação, Turismo e Artes

Descrição para cegos: Foto da faixa que leva o nome do Slam. Há também um pallet com várias fotos de Carolina Maria de Jesus coladas e com o seu nome. Ao redor tem uma árvore e uma planta menor, na entrada dos centros acadêmicos de Comunicação, Turismo e Arte


Por Iasmin Soares

       Na última quinta-feira (28) o Centro de Comunicação Turismo e Artes (CCTA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi palco do Slam das Carolinas, promovido pelo Centro Acadêmico do curso de Jornalismo.
       O evento contou com batalha de Mc’s, poesia e pocket shows. O Slam foi pensado pela organização para denunciar os casos de racismo que vem sendo frequentes no CCTA. O estopim para os alunos fazerem o ato, foi uma estudante do primeiro período de jornalismo ter sido vítima de racismo, dentro da sala de aula e ninguém ter se posicionado, nem o professor e muito menos, os alunos. A estudante que passou pelo episódio de discriminação é umas das coordenadoras, do Centro Acadêmico e resolveu não deixar a situação por “debaixo dos panos”.