quarta-feira, 18 de março de 2015

Pesquisa avalia resistência às cotas na UFPB

Descrição para cegos: A imagem retrata a professora Ana Raquel Rosas. Ela sorri para a câmera e seu nome está destacado em letras azuis. O fundo da imagem é da cor verde.
O levantamento feito em quatro cursos da Universidade Federal da Paraíba analisou a opinião dos alunos frente às cotas. Esses cursos foram classificados em alta e baixa concorrência. Na primeira categoria ficaram Medicina e Direito e, na segunda, Pedagogia e Letras. A pesquisa é orientada por Ana Raquel Rosas, professora do curso de Psicologia da UFPB. A repórter Talita Lourenço realizou entrevista com a orientadora para o programa Espaço Experimental, da Oficina de Radiojornalismo do Curso de Jornalismo da UFPB.

terça-feira, 17 de março de 2015

Unidos somos melhores

Descrição para cegos: a imagem traz na parte superior dois ovos (um branco e um escuro) com o nome DIVERSIDADE. Na parte inferior da imagem, os dois ovos estão quebrados, revelando a gema e a clara do seu interior, acompanhados da seguinte frase: Por dentro, somos a mesma coisa.
Por Jullyane Baltar

Negro, índio, branco, oriental, nordestino ou sulista, que diferença há por dentro? Nenhuma. Em todos os seres humanos, animais racionais, correm a mesma cor de sangue, a mesma constituição corporal. Por que uma raça seria superior? Melhor que outra?
Nos dias que sucederam o resultado da eleição presidencial no Brasil, por exemplo, o xenofobismo (medo ou aversão a outras raças e culturas), reinou nas redes sociais. Só o que se viam eram postagens de pessoas com discursos carregados de ódio e desprezo pelos eleitores das regiões Norte e Nordeste do país, onde a presidenta Dilma recebeu a maioria dos votos. Mas em que resultará essa segregação? Somente em discórdias, separações, ódio e perseguições.
Esse comportamento é mais vergonhoso que a goleada da seleção alemã pra cima da brasileira na Copa do Mundo de 2014 e não provoca desenvolvimento algum. Ao contrário, é um retrocesso.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Um racista negro

Descrição para cegos: a imagem mostra o ator Marcello Melo, no canto esquerdo. No canto direito, a postagem racista que ele compartilhou no Instagram.

Por Marijane Mendes

O ator, cantor e compositor, Marcello Melo Júnior, postou recentemente em seu Instagram (@marcellomelojr) a foto de uma mulher negra, expondo e ridicularizando a imagem dela. Com 7.164 curtidas e 999 comentários, Marcello foi elogiado e apoiado pela maioria de seus seguidores. Essa foi a primeira ridicularização de uma mulher negra que o ator deu início naquela noite.
Se sentindo encorajado diante de várias mensagens de apoio à publicação, o ator fez um print de um comentário de manifestação contrária da advogada Laura Astrolábio e postou como foto na mesma rede social menosprezando a opinião da advogada. Essa foi a segunda exposição negativa de mais uma mulher negra.
Laura em sua página do Facebook, Status de Relacionamento, fez uma publicação direcionada ao ator Marcello Melo deixando clara sua indignação diante do que foi escrito por ele. Outras mulheres manifestaram solidariedade à advogada e, em resposta, receberam os seguintes insultos do ator: “Vai se f.. feia pra c...! Horrível você. Feia e ridícula” e “Vai caçar marido! Mau comida não.. pq ninguém deve comer vocês”. Assim temos a terceira ridicularização a mulher negra cometida pelo global, agora com fortes elementos de misoginia.

segunda-feira, 9 de março de 2015

O grito após o nó na garganta


Descrição para cegos: a imagem mostra uma publicação do Facebook da estudante Gabriela Monteiro. À esquerda da foto, vê-se a estudante, cujos cabelos estão em movimento. À direita, há um texto da estudante.
Por Ítalo Di Lucena 

“Elas precisam pensar que podem, sim, machucar o outro com uma declaração que pode parecer simples.” A frase que nos faz refletir foi dita por Gabriela Monteiro, de 26 anos. A jovem é estudante do curso de Design de Moda na Puc-RIO e alega ter sido vítima de racismo por parte de duas professoras.
Segundo a estudante, no caso mais recente, ela teria sido chamada de “Leão”, pelos simples fato de assumir o seu cabelo natural. Essa não seria a primeira vez que as ofensas teriam acontecido. Inconformada, ela pediu ajuda. Gabriela denunciou as professoras por meio de um texto postado no Facebook.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Meu cabelo incomoda

Descrição para cegos: a ilustração mostra uma jovem negra de óculos e cabelos cacheados.
Por Marijane Mendes

Ao caminhar com algumas amigas de curso dentro na Universidade Federal da Paraíba, onde funciona a feira agroecológica, recebo uma agressão gratuita e injusta de um senhor aparentando uns 60 anos de idade. Seu nome é Saulo Xavier Batista, economista e ex-professor da UFPB. Ele estava em uma barraca que vende tapiocas. Ao me ver passar, fez os seguintes comentários: “ Olha aquela nêga lá. Um cabelo desse até rato deve ter. Se ela tomasse um banho eu até teria alguma coisa”. Confesso que foi a primeira vez que sofri esse tipo de ofensa tão humilhante, o que a lei qualifica como injúria racial.
Vivenciei um momento de plena materialização de um discurso opressor que causou em mim uma grande dor. Nem a minha segurança enquanto mulher negra, nem a minha autoestima quanto a beleza do meu cabelo foram abaladas, mas o discurso opressor me fez refletir sobre o sentimento de incômodo que o cabelo crespo/cacheado causa em algumas pessoas. A minha experiência não é um fato isolado, diversas mulheres negras sofrem com o racismo todo santo dia.