Por Marijane Mendes
Para ser negra e jornalista no
Brasil é necessário se portar como um centroavante, alguém que está em uma
posição mais avançada, aquele que chega primeiro. É necessário ser muito forte
para não se deixar abater. Os olhos por muitas vezes ficam cheios de lágrimas,
mas se o objetivo é ser jornalista, as dificuldades podem fazer balançar, mas
não podem deixar cair.
Ao ingressar na faculdade a menina
logo ouve os avisos de que não vai conseguir trabalhar na TV com o “cabelo
assim”. A futura jornalista fica triste, engole seco sem saber por que tem de
ouvir tudo aquilo. Quem perguntou? Ela ainda é aconselhada de que até poderia
trabalhar na televisão, mas desde que seja em um programa diferente, com o segmento
musical. Amuada, acaba aceitando e nem se interessa pelas aulas de
telejornalismo.