sexta-feira, 3 de maio de 2019

Universitários indígenas: a quebra de estereótipos e a subjetividade negada

Descrição para cegos: Duas estudantes indígenas estendendo uma faixa escrito “permanência já”, referente a bolsa permanência, numa mobilização por direitos indígenas e quilombolas pela educação.
Foto: Guilherme Cavalli/CIMI

Por Ana Beatriz Rocha


Os tempos atuais estão marcados pelo que muitos chamam de “levante das minorias”, algo comparado a uma Hidra de Lerna (ser da mitologia grega), que após ter uma de suas cabeças cortadas, muitas nascem no lugar, mais fortes e vociferantes. Isso não se dá sem razão, muitos grupos foram silenciados e apagados da história contada nas escolas, na mídia e nas rodas de conversa da sociedade. Um desses grupos são os indígenas, os povos nativos do Brasil, os reais donos e cuidadores da nossa terra tiveram suas narrativas distorcidas, e inúmeras tentativas de dizimá-las.

Segundo o último censo do IBGE, em 2010, o Brasil possui cerca de 817.000 indígenas. Após tantos anos, é inegável que esse número está obsoleto, e que seja bem maior agora. Surpreendentemente, há quem ache que toda essa população se encontra exclusivamente nas matas do país, pois o imaginário coletivo foi educado para crer que “lugar de índio é no mato”. Porém, não há o mínimo de sentido nessa afirmativa. A evolução civilizatória confere muitas mudanças as construções de sociedade, em comparação ao início do processo.

De acordo com o último Censo da Educação Superior, divulgado pelo Ministério da Educação em 2017, o Brasil conta com cerca de 49.000 indígenas nas instituições de ensino superior públicas e privadas. O número ainda é baixo, mas em comparação com censos anteriores o avanço é considerável. A inserção de indígenas na educação superior é uma quebra intensa de estereótipos, mas ela só é possível se as políticas públicas viabilizarem formas disso se concretizar, pois tal acesso é difícil para grupos não privilegiados.

O escritor e professor Daniel Munduruku deixou explícito “posso ser quem você é sem deixar de ser quem eu sou”. Ele se refere a noção preconceituosa de que os povos nativos não podem usufruir dos avanços tecnológicos ou ocupar espaços como o mercado de trabalho, e deixa nítido que ser influenciado pela globalização não retira do indígena sua essência, tampouco lhe descaracteriza enquanto comunidade.


Novo ambiente, novas descobertas

Os corredores das universidades públicas do país costumam ser vistos como ambientes plurais, especialmente os centros de ciências humanas. As misturas se devem aos diferentes grupos de pessoas que ali passam, vindo de localidades distintas e de contextos, por vezes, opostos. É perceptível, aos menos para mim, que aqueles rostos carregam uma vasta bagagem sociocultural, e silenciada nesses espaços. Me refiro não apenas aos traços físicos, mas a postura e voz que tiveram que assumir num ambiente branco e elitista como a academia. Os rostos em questão são o de Ozivan e Pamela, eles têm 19 anos, ambos estudantes do quarto período de Serviço Social na Universidade Federal da Paraíba. Porém, as similitudes não acabam na sala de aula compartilhada, eles são indígenas da etnia Potiguara, e carregam pelos tais corredores todas as subjetividades que a origem lhes concedeu.

Foi próximo a capital paraibana, a cerca de 84 km de João Pessoa, que nasceram e foram criados. Os jovens são de Baía da Traição, onde cerca de 90% do município está dentro de reservas indígenas dos Potiguaras. A vivência cotidiana com seu povo lhes conferiu uma permanente sensação de pertencimento, na escola ser indígena não era motivo de piadas, ou curiosidade, pois lá as crianças eram em sua maioria do mesmo grupo étnico. Era comum, para Ozivan, falar sobre seu tronco familiar com os colegas enquanto estudavam, um compreendia o outro e partilhava vivências ligadas aos costumes culturais.

Na cidade grande o encanto teve um fim, os olhares não se encontram como antes, tampouco os diálogos se completam da mesma forma. Atualmente o debate sobre identidade vem se fazendo presente em diversas circunstâncias, isso se dá pelas discussões acerca da especificidade que cada grupo social carrega consigo. Era difícil pensar em ter que se afirmar algo quando ao seu redor as pessoas sabiam de onde você vinha, e dividiam um chão histórico repleto de luta, resistência e ensinamentos que valem mais que toda terra que os tiraram. Mas ao vir para universidade, Ozivan notou que ali ele precisaria tomar o seu lugar como indígena, até mesmo para combater o silenciamento do seu povo.


Descrição para cegos: Ozivan aparece de perfil, sorrindo. Ele usa aparelhos, tem barba e está com uma regata colorida clara, e um cordão de material artesanal. Sentado apoiado numa mesa em mosaico branco.
Foto: Ana Beatriz Rocha

O jovem foi pego de surpresa ao notar que ali, tão perto de casa, as pessoas falavam de povos indígenas de modo tão distante e folclorizado. Por vezes, parecia que a história que ele viveu era ilusória aos olhos de muitos, e que a naturalidade com que ele habita diferentes espaços apenas por ser tão gente como qualquer outro, é visto como peculiaridade enquanto questionam se índios não deveriam estar sempre nas reservas. O mundo branco clareou as ideias, folclorizou nossos povos nativos, embranqueceu as peles numa miscigenação genocida e, por fim, não nos contaram a real história. Crescemos imersos numa falsa democracia racial, onde dizem ter lugar para todos enquanto limitam os acessos às posições de poder e impacto social.


Saber quem é

Quando criança, Pamela via seus pais sempre envolvidos nas lutas do movimento. Embora não tenha se envolvido tanto quanto eles, respirar essas temáticas dia e noite lhe fez ver a questão como central, e se decepcionar perante o apagamento do seu povo que notou ao ir para a universidade. O mais triste foi ver que muitos companheiros da Baía não se assumiram enquanto indígenas quando chegaram na capital, a jovem refletiu sobre como a ancestralidade que para ela era alicerce poderia ter sido escanteada. No entanto, ela explica isso como mais uma sequela das violências contra seu povo, e como o complexo de vira-lata cultivado pelo Estado desde a gênese do Brasil, pode fazer alguns jovens nativos negarem suas raízes para se sentirem aceitos. E, assim, afirma a necessidade dos diálogos com a juventude indígena, para que a identidade cultural não se perca nos limítrofes da globalização.

Um dos pontos de encontro nas percepções destes jovens é o senso de coletividade que há nas comunidades, a construção afetiva por meio do cuidado que uns têm com os outros, a constituição familiar que a proximidade cultural os confere. É cabível falar em proteção, essa que ultrapassa a terra e chega nas pessoas.

Quando questionada sobre ser mulher na comunidade, a tímida Pamela comentou sobre tal proteção, ainda que o machismo seja presente devido ao quão incrustado ele é, ela conta que as mulheres são muito ouvidas lá, que existem várias que são símbolo de força para seu povo. Notoriedade que falta do lado de cá. Além disso, a jovem traz relatos surpresos sobre os níveis de assédio que encarou na cidade grande, pois em sua terra natal a concepção de coletividade gera uma proteção que poucos entendem na aceleração do mundo pós globalização.


Descrição para cegos: Pamela está sorrindo, cabelos presos, usa um óculos de grau preto e grandes brincos de argola. A moça está de frente, com uma camiseta preta de listras brancas.
Foto: Ana Beatriz Rocha


E se eu não for - apenas - o que você pensa?

Os tempos modernos acentuaram um antigo costume humano, o julgamento. As multitelas e suas demonstrações distorcidas de quem somos torna mais fácil o cotidiano de quem se diverte tentando encaixar o outro em caixinhas. Assim surgem os estereótipos, como forma de ignorar a subjetividade de cada um, englobamos alguns grupos com características, por inúmeras vezes limitantes e preconceituosas.
Para os estudantes, o problema é que as pessoas reduzem o indígena a uma mera imagem. Pamela e Ozivan explicitam que os grupos étnicos não são homogêneos, que quer sejam os traços ou os costumes, eles serão diversos, a depender da localidade. Os povos do litoral tiveram contato mais imediato e próximo com o colonizador, logo, os estupros contra as mulheres indígenas geraram uma forte miscigenação que deixou para trás muitos traços físicos daquele povo nativo.

Porém, não contam essas histórias na mídia, ou nas escolas, o que fez com que muitos estereótipos fossem criados em volta do povo indígena. É comum relatos de jovens indígenas que dizem serem questionados por usarem smartphones, ou reduzirem suas habilidades a pesca, caça e curandeirismo. A partir disso, Ozivan levanta a importância do debate nas escolas, “Eu questiono o sistema educacional da nossa região, pois se a imagem de indígena que passam na escola aqui em João Pessoa é ligada a amazônia, por que não se lembrar que temos comunidades indígenas próximas?”, disse o jovem.

Tais estereótipos, juntamente com a falta de representatividade nos espaços de poder, dificultam a criação de políticas públicas que viabilizem a inserção dos jovens nativos nas universidades e no mercado de trabalho, gerando uma persistente hierarquização que põe sempre os integrantes do grupo em posições de inferioridade.


Lutas futuras

Foi no intuito de ultrapassar esses obstáculos e expandir o pertencimento para universidade que foi desenvolvido o COINPO, o Coletivo Indígena Potiguara. Ele nasceu a partir de estudantes do GT Indígena, um grupo de trabalho que visa encurtar as distâncias entre indígenas de diferentes centros dentro da universidade. No momento, o projeto conta com dezesseis integrantes, e embora seja um grupo que se impõe com força para alcançar os espaços que lhes são de direito, é inegável que ele pode crescer. No entanto, os estudantes enfrentam dificuldades, pois a instituição não disponibiliza dados sobre os alunos indígenas, e o trabalho de formiguinha protela algo que poderia gerar melhorias no cotidiano.

Descrição para cegos: Jovens indígenas em um encontro do COINPO. Ozivan e Pamela usam camisetas com a frase: democracia é demarcar todas as terras indígenas e estão com dois colegas, um rapaz e uma moça. Todos estão sorrindo.
Foto: Lana Vieira

Por meio da partilha de experiências veem que um dos principais objetivos é a luta pela bolsa permanência, para que o benefício não seja cortado. A bolsa, que é um programa que atende a estudantes indígenas e quilombolas de instituições de ensino superior, permite que eles tenham condições de se manter estruturalmente em João Pessoa, precisam do suporte para lidarem com a dinâmica da capital, que é bem diferente da Baía da Traição. Eles veem a entrada na universidade como uma forma de retornar a comunidade como profissionais aptos a atuar nela e por ela.


Espelhos

Ao longo da história, determinadas conquistas só foram possíveis pois os núcleos que era vítimas de injustiças ou ausência de direitos lutaram para que mudanças acontecessem, seja um enfrentamento real ou no campo das ideias. A luta indígena já foi apenas um enfrentamento físico pela proteção das terras, e ainda que em algumas localidades do país esses povos ainda tenham que arriscar suas vidas para garantir seu espaço, a principal luta hoje é no campo político. Assim, é evidente a importância da representatividade de pessoas indígenas na política, como o caso da candidata a vice-presidência pelo PSOL em 2018, Sônia Guajajara.

“Eu acho que a representatividade dessas minorias sociais precisam ser cada vez maiores, pois não dá pra você se identificar com aquilo que uma pessoa branca está pedindo, porque o que ela vê como necessidade é totalmente diferente do que nós vemos como necessidade”, diz Pamela.

Seja para reivindicar as reais especificidades do povo indígena, ou para mostrar à juventude que é possível alçar voos, ainda que o contexto social imponha obstáculos, é irrefutável que os próximos anos precisam trazer debates sobre diversidade de grupos étnicos entre os candidatos nos cargos políticos mais importantes do país. Na universidade ou no Congresso Nacional, os povos nativos chegaram com muita luta, e se depender do empenho do movimento, as boas estatísticas só tendem a inflar.  

terça-feira, 30 de abril de 2019

As mulheres ciganas existem e resistem!


Por Sofia Debbaudt


Descrição para cegos: A foto mostra Olga Mariano, mulher cigana entrevistada, de baixo do ombro para cima, de frente para a câmera com um olhar forte.

       As mulheres ciganas além de já sofrerem o machismo enraizado socialmente também sofrem com o preconceito gerado pela esteriotipação do povo cigano. Em uma grande reportagem, os jornalistas Pedro Soares Botelho e Andreia Friaças mostram a vida de mulheres ciganas e como elas existem e resistem em nossa sociedade. Contando as batalhas diárias de Sónia Matos, Alzinda Caramelo, Maria Noel Gouveia e Olga Mariano, ciganas que compartilharam sua história e fizeram parte dessa reportagem. Confira!

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Minha experiência como vítima de racismo na escola

Descrição para cegos: criança negra com expressão facial triste. Em segundo plano crianças brancas apontando e rindo da criança negra.


       Texto de desabafo da autora e estudante de jornalismo Iasmin Soares sobre as suas experiências de racismo nas escolas em que estudou.  Muito importante, pois através das palavras a estudante nos mostra a dor que passou e como a resinificou.  Quando forem ler preparem-se para as histórias tristes, que infelizmente mostra a realidade de muitas crianças e adolescentes negros. Já a leitura pode ser realizada em seu blog na plataforma Medium, onde a autora posta outros textos com temáticas parecidas. Para acessar clique aqui (Por Iasmin Soares).

Linn da Quebrada e o seu grito de denúncia em: "Mulher"

Descrição para cegos: Linn se encontra no dentro da imagem, com uma mão sobreposta à outra. A cantora está em um ambiente com muita sombra e está escorada em algum tipo de apoio  para orações.

Por Rorion

        Subversiva, revolucionária, travesti e negra. Essas são características de Linna Pereira, conhecida como Linn da Quebrada, cantora de funk pop da grande São Pauloque dá voz as minorias das quais ela faz parte. Com abordagem crua e sem censura, Linn versa sobre sua vivência.
        Em “Mulher”, a cantora trata de temáticas delicadas, que discutem identidade de gênero, violência e empoderamento das transexuais e travestis.

De noite pelas calçadas
Andando de esquina em esquina
Não é homem, nem mulher
É uma trava feminina
Parou entre uns edifícios, mostrou todos os seu orifícios
Ela é diva da sarjeta seu corpo é uma ocupação
É favela, garagem, esgoto
E pro teu desgosto,
Está sempre em desconstrução
Nas ruas pelas surdinas é onde faz o seu salário
Aluga o corpo há pobre, rico, endividado, milionário!”
VERSO 1

        Logo no inicio da música é explicitada a situação de marginalização desse grupo, dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 90% das transexuais e travestis brasileiras sobrevivem economicamente através da prostituição. Realidade essa potencializada devido à negação de sua identidade e exclusão no meio em que vivem.
        A coerção social é uma arma muito poderosa, que discrimina e agride física e psicologicamente tudo que não se encontra nos padrões por ela ditado. No refrão da canção, Linn canta: “Segredo ignorado por todos e até pelo espelho”, a luta pela aceitação da identidade, que é a todo instante reproduzida de maneira negativa na sociedade.
        A intérprete adota um discurso empoderador em relação a esses corpos que possuem suas verdades ignoradas, enaltecendo a luta diária por direitos a elas rejeitados: “Bato palmas para as travestis que lutam para existir, e que a cada dia conquistam o seu direito de viver e brilhar”. No Brasil, a estimativa de vida de transexuais e travestis é de 35 anos, menos da metade da estimativa brasileira que é de 75 anos, dado fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Descrição para cegos: A cantora Linn está de olhos fechados com as mãos em direção ao rosto. Com grandes unhas e lábios pintados de batom.

“Ela é feita pra sangrar
Pra entrar é só cuspir
E se pagar ela dá para qualquer um
Mas só se pagar, hein! Que ela dá, viu? Para qualquer um”.
VERSO 3

       Linn denuncia constantemente durante a canção que as pessoas dessa comunidade estão sujeitas a violências, devido principalmente a prostituição, que é praticamente “empurrada” como uma das únicas alternativas de trabalho. O Brasil é o país que mais mata transexuais/travestis no mundo, de acordo com dados apurados pela ANTRA, no ano de 2017, foram 179 assassinatos, ocupando o primeiro lugar no ranking mundial de mortes, com três vezes mais do que a segunda posição, México, com 56 assassinatos .
       O Brasil também se encontra em primeiro em outro ranking, em uma pesquisa realizada pelo site de vídeos adultos, PornHub. O site mostra dados que indicam que o Brasil, em 2016 e 2017 teve presente à categoria ‘Travestis’, em seu top cinco das mais procuradas (quinta e quarta posição respectivamente), pontua também que o Brasil é o país, que comparado com o resto do mundo, mais acessa essa categoria  com 89%.
       Linna Pereira finaliza a música, retratando o amor negado a elas e a suas semelhantes. Além de serem negligenciadas em todos os âmbitos sociais, também acabam por ter seus sentimentos invalidados pela imagem do “homem” que a usa somente como objeto de prazer.

“Homem que consome,
Só come e some
Homem que consome,
Que só come, fodeu e some”.
‘Outro’

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Retrato: A simplicidade e o cotidiano das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais

Descrição para cegos: a imagem mostra três mulheres com vestimentas de estampas tradicionais, todas com amarrações na cabeça. A foto da sensação de movimento, pois parecem estar dançando. 
Por Rorion

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Eu, Oxum: documentário narra a experiência de filhas de santo em terreiro

Descrição para cegos: Na foto aparece Heloá, que assina a direção do curta e também participa como personagem. O close é dado no rosto da jovem negra, que usa adereços do candomblé, guias e um turbante branco na cabeça.


Por Ana Beatriz Rocha



A matéria apresenta o documentário “Eu, Oxum”, que trata-se de uma curta narrativa dirigida pelas sergipanas, mãe e filha, Martha Salles e Heloá sobre o cotidiano no terreiro Ilê Axé Omin Mafé, em Riachuelo (SE). Além disso, ela traz uma breve entrevista com a idealizadora Heloá, levantando importantes pontos sobre estereótipos e o combate a estes.

O documentário, por sua vez, retrata de forma subjetiva a relação das personagens com sua mãe Oxum, orixá feminino presente na Umbanda e no Candomblé.

Confira aqui.

Povo indígena: os escravos do etanol


Por Sofia Debbaudt



Descrição para cegos: Foto de dois homens trabalhando no corte da cana de açúcar. Eles vestem preto, botas, luvas, chapéu e carregam facões e a cana já cortada.
       Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana de açúcar), as lideranças indígenas muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por latifundiários. A EcoDebate nos mostra a partir do documentário “À Sombra de um Delírio Verde” a difícil realidade do povo indígena. Eles lutam desigualmente pela reconquista do seu próprio território, enquanto são explorados em exaustivas jornadas de trabalho nos canaviais análogas à escravidão. Confira as barreiras e lutas enfrentadas por esse povo no documentário aqui.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Brasil cigano, formado por mais de 500 mil pessoas, ainda é pouco conhecido

Descrição para cegos: Na foto há duas mulheres ciganas, o foco é dado para o rosto de uma delas. Ela tem cabelos lisos, longos e bem pretos, adereços cor de rosa e dourados. A moça está sorrindo.

Por Ana Beatriz Rocha


O artigo é datado de 2013, mas o trouxemos aqui devido a riqueza de detalhes que ele possui. O texto retrata a dificuldade dos povos ciganos em acessarem as políticas públicas nos municípios onde tem seus acampamentos. As dificuldades são, entre outras, no acesso a saúde e a educação para as crianças. O autor afirma que as políticas para esses povos avançaram ao longo dos últimos anos, mas que na prática muitos aspectos impedem o acesso. Além disso, explica um pouco da história dos povos ciganos, que são tidos como inexistentes e sempre silenciados no Brasil.

Confira aqui


quarta-feira, 10 de abril de 2019

"Martírio": o assassinato e a invisibilidade do povo Guarani Kaiowá

Descrição para cegos: a imagem mostra diversos rostos pintados de pessoas pertencentes a tribus indígenas. Com foco para o semblante de preocupação de uma mulher com o rosto verde e adornos na cabeça no canto esquerdo da fotografia. Fonte: Print do youtube

        Por Rorion

O filme "Martírio", lançado 16 de abril de 2017, narra a realidade vivida pelo grupo Guarani Kaiowá, que habita a região centro-oeste do Brasil. Entre conflitos e opressões de fazendeiros e pecuaristas, o filme documental tem como missão mostrar a realidade crua desse povo perseguido.
        Com direção coletiva de Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana de Almeida o longa também apresenta visões da perspectiva dos latifundiários. O Documentário é de grande importância para o cenário cinematográfico brasileiro, por mostrar como é o desenrolar dos confrontos genocidas entre indígenas e latifundiários, nos quais as vítimas são tidas como vilãs. Para assistir o filme, clique aqui.