quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Estereótipos Indígenas

Descrição para cegos: a foto mostra um grupo de índios, vestidos e adornados com elementos da cultura índigena. Eles estão em cima da grama e, no fundo, existem diversas árvores.
Foto: Marina Cândido

A mídia e os materiais didáticos reforçam um estereótipo de índio que, na realidade, não existe mais. Marina Cândido, indígena, escreveu sobre como esses estereótipos são identificados e como a sociedade pode tentar combatê-lo. Confira o texto completo no link abaixo. (Jude Alves)


Campanha Reaja ou será morto, Reaja ou será morta!

Descrição para cegos: A ilustração é composta por um fundo da cor preta e a frase reaja ou será morta!, em cor amarela, e a frase reaja ou será morto!, em cor branca.
Foto: Divulgação
No dia 22 de agosto acontece a II Marcha contra o Genocídio do Povo Negro. O movimento começou com a campanha Reaja ou será morto, Reaja ou será morta. Aqui na Paraíba, o movimento também ganhou força e estudantes e professores da Universidade Federal da Paraíba estão se mobilizando para envolver toda a população negra do Estado nessa marcha. Eu conversei com duas estudantes que compõem o grupo Reaja Jampa, Helainy Souza e Janiffer Xavier. A seguir você confere todos os detalhes sobre a campanha na Paraíba. (Thais Vital)
Blog: Qual o objetivo da Campanha Reaja ou será morto, reaja ou será morta?
Helainy: A luta maior do Reaja é contra a lamentável mortandade de jovens e adultos, negros e negras no nosso país, quando verificamos que a pobreza e a marginalidade têm cor. O objetivo da marcha é denunciar e reivindicar os direitos de todos que são julgados pela cor de sua pele, lutamos contra toda e qualquer forma de discriminação étnico racial declarada, e em especial contra o lamentável genocídio da população negra, denunciando assim a forte truculência policial que verificamos frente às comunidades e à desigualdade social que nossa gente negra experimenta. 
Blog: Quantos membros compõem o Reaja Jampa? Como esse grupo foi articulado aqui na Paraíba?
Helainy: O grupo é composto por treze pessoas, dentre elas estudantes e professores da UFPB e também contamos com colaboradores que ajudam e apoiam a causa. O Facebook foi uma ferramenta essencial para que o grupo crescesse e tomasse corpo. O Reaja também recebeu o apoio do NEABI- Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro- Brasileiros e Indígenas, da UFPB, que cede espaço também para divulgação da Marcha e do Movimento Reaja, além de ser o principal espaço onde fazemos nossas reuniões.

Grupo de cultura popular promove a dança e a percussão afro-brasileira e indígena nos bairros de João Pessoa

Descrição para cegos: a foto mostra apresentação do grupo Sementes de Jurema. À frente, destaca-se um integrante do grupo, que segura um microfone. Os demais membros estão com instrumentos musicais, ao fundo.
Foto: Neiry Karla
O Sementes de Jurema foi criado em abril de 2012, no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa. Trazendo em sua razão de existência o desejo de que todos os paraibanos conheçam suas origens, o grupo leva cultura popular afro– brasileira e indígena aos bairros da capital, com muito ritmo e o brilho nos olhos de quem busca intermediar o reencontro da sociedade com sua ancestralidade.
Fundado inicialmente com o objetivo de ministrar oficinas de danças, o Sementes de Jurema viu no movimento a oportunidade de conscientizar os paraibanos sobre a importância do seu auto reconhecimento e a afirmação de suas origens, valorizando, assim suas características étnicas. Suas apresentações englobam música, teatro e percussão de ritmos como a dança dos orixás, ijexá, samba de roda, trabalho do campo, maculelê, puxada de rede, maracatu, ciranda e coco de roda.

Etnia versus Raça

      
Foto: Jude Alves. Descrição para cegos: a imagem mostra a frase Etnia X Raça escrita em letras pretas, contrastando com o fundo azul.
Foto: Jude Alves

      Para falar sobre o tema de diversidade étnica é importante o conhecimento de alguns conceitos. O termo etnia é um deles. A discussão tem início quando se traça ou delimita seus significados que acabam confrontando-se com os de raças.
        O significado de raça está ligado ao campo morfológico no que diz respeito aos seres humanos. Historicamente esse termo começou a ser utilizado para reconhecer grupos humanas que já eram socialmente definidos. As distinções empregadas referem-se a características como o tipo do cabelo, tonalidade da pele, a formação facial e cranial, ancestralidade e genética. Contudo, as variações da cor da pele são constantemente utilizadas como o único atributo para definir a raça, porém ela constitui apenas uma das características raciais. E ainda é importante lembrar que a cor da pele não determina a ancestralidade do indivíduo, principalmente aqui no Brasil, onde a população é altamente miscigenada.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O espelho da mídia

Descrição para cegos: a ilustração retrata uma mulher negra, de cabelo black power e flor branca na cabeça, tendo à frente um grande ponto de interrogação.
Já observou qual a representação da mulher negra nos programas de televisão? Ou, se você é negra e está lendo este post, já se identificou com essas imagens? Do estereótipo à sexualização, este tem sido o viés de reprodução da mulher negra no cotidiano televisivo. Para explicar esse contexto o PortalGeledés traz um texto, revisto e ampliado, que aborda essa temática. O documento foi apresentado na abertura da Semana da Consciência Negra da Escola Municipal da Palestina, em novembro de 2013. 
(Poliana Lemos)

A representação social da mulher negra nos programas de TV: do estereótipo à sexualização
O Brasil viveu mais de 300 anos, mais precisamente 358 anos de regime escravista negro africana. A historiografia nos diz que homens, mulheres e crianças foram sequestradas de várias regiões de África e trazidas para o Brasil a fim de servir o sistema comercial e exploratório que a escravidão perpetuou.
Mulheres africanas que aqui aportaram vilmente tiveram sua força de TRABALHO explorada, sua cultura expropriada, e sua sexualidade abusada.

sábado, 16 de agosto de 2014

Terras Indígenas

Foto: Maria Cândido. Descrição para cegos: a foto mostra um grupo de índios, vestidos e adornados com elementos da cultura índigena. Eles estão em cima da grama e, no fundo, existem diversas árvores.

As delimitações do que seriam as terras indígenas são geradoras de muitos conflitos no território brasileiro. Porém esses povos têm direito assegurado em lei. Confira no texto abaixo como se encontra a situação da disputa por terras aqui no Brasil. (Jude Alves)
O que são Terras Indígenas
No Brasil, quando se fala em Terras Indígenas, há que se ter em mente, em primeiro lugar, a definição e alguns conceitos jurídicos materializados na Constituição Federal de 1988 e também na legislação específica, em especial no chamado Estatuto do Índio (Lei 6.001/73), que está sendo revisto pelo Congresso Nacional.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Resenha do livro Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade Nacional versus Identidade Negra

Descrição para cegos: A imagem mostra a capa do livro, onde pode-se ler (na ordem): a editora IDENTIDADE BRASILEIRA; o autor Kabengele Munanga; o título: REDISCUTINDO A MESTIÇAGEM NO BRASIL; uma escultura tribal formada por duas cabeças; e o subtítulo Identidade nacional versus identidade negra.
Foto: Capa do livro

Neste livro o antropólogo Kabengele Munanga analisa, através de pensamentos de autores de diversos campos do conhecimento, os efeitos da mestiçagem e suas consequências para a construção da identidade brasileira e a sua relação com a formação da identidade negra. Ele demonstra como inúmeros autores europeus considerados clássicos e inatacáveis em nossos currículos advogam as mais ensandecidas teorias racistas. Além disso, discute o conceito e a história da mestiçagem no Brasil e nos Estados Unidos e analisa as ideologias defendidas por intelectuais que marcaram a discussão sobre as relações raciais em ambos os países.
Inicialmente, Munanga se propõe a identificar o conceito e a história da mestiçagem. Ao tratar sobre a mestiçagem na história do pensamento, o autor reflete como os filósofos do iluminismo veem e definem o mestiço. Para Voltaire, Julien Offray de la Mittrie, Maupertius, Buffon, Kant e Edward Long, o mestiço era considerado uma anomalia, um ser incapaz e degenerado.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A Arte das Pinturas Corporais Indígenas

Descrição para cegos: a imagem retrata uma pintura corporal da etnia Kayapó feita de genipapo. Uma mão pequena segura o pincel e a pintura está sendo feita no braço de uma pessoa branca.
As diversidades étnicas existentes no Brasil é grande. Cada grupo se destaca pelas mais diversas características. Os povos indígenas utilizam como uma das marcas de sua cultura a pintura corporal. Vejamos o que o índio Amaré Brito fala sobre essa peculiaridade. (Jude Alves)
Pinturas corporais indígenas
Em nosso país, nós indígenas estamos presentes em diversos lugares com muitas características iguais, mas cada um com sua história e cultura diferente, essa é a nossa maior riqueza.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O povo cigano sob as lentes de Márcio Lima

Descrição para cegos: a imagem retrata uma mulher cigana amamentando uma criança. Ela está sentada em um sofá amarelo e usa um vestido longo da cor rosa.
O povo cigano sofre diversos preconceitos, principalmente pela falta de conhecimento das pessoas sobre sua cultura. O fotógrafo Márcio Lima adentrou a causa, visitou e fotografou quatro comunidades ciganas no Estado da Bahia, conhecendo melhor sobre a história e cultura desse povo. O ensaio foi ganhador do Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia no ano de 2010. Confira no link abaixo todas as fotos ganhadoras. (Jude Alves)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sobre rejeições humanas e técnicas

Descrição para cegos: a imagem retrata a estudante Lilian Souza com um prédio ao fundo.
Um fato inusitado foi registrado em Salvador, na Bahia, no dia 15, envolvendo uma jornalista negra. Lília de Souza teve problemas para tirar a foto de renovação do passaporte por conta dos cabelos volumosos.
O problema teria surgido após horas de espera para renovação do documento no posto da Polícia Federal no Salvador Shopping. Funcionários da PF pediram que a jornalista amarrasse o cabelo para tirar a foto do passaporte. Segundo eles, o sistema rejeitaria o cabelo estilo "afro" da mulher de 34 anos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cotas Raciais

Descrição para cegos: a ilustração traz a hashtag #CotasSim escrita em letras pretas. O fundo da imagem é da cor cinza.
Foto: Jude Alves

As cotas raciais são utilizadas para amenizar as desigualdades sociais, econômicas e educacionais que existem em determinados países. O país pioneiro na adesão ao sistema de cotas foi os Estados Unidos, que em 1960 tomou medidas para tentar diminuir a grande desigualdade que havia entre negros e brancos. Aqui no Brasil só a partir do final da década de 90 foi que esse assunto entrou em pauta, começou a ser discutido e foi posteriormente posto em prática. A primeira instituição de ensino no país a adotar tal medida foi a Universidade de Brasília (UNB), que em junho de 2004 abraçou a bandeira das cotas raciais, servindo de modelo e apoio para a adesão de outros centros de ensino superior.
O sistema aqui no Brasil, além de beneficiar os negros, também reserva uma parte das vagas para os indígenas e seus descendentes. Em algumas universidades, pessoas pardas também usufruem do benefício. Para uma pessoa ser beneficiada, além de assinar um termo em que ela autodeclara sua raça, às vezes é necessário também passar por um tipo de entrevista. E é essa entrevista que gera uma grande polêmica: O fato de decidir de qual raça o indivíduo pertence. O assunto acaba deixando brechas para muitas discussões.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC) em um levantamento realizado em 2013, após a implantação das cotas para os estudantes que cursam ou que já concluíram o ensino superior, o número de pardos subiu de 2,2% para 11%, e de negros de 1,8% para 8,8%. Ficando atrás apenas da Nigéria, o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo e é incontestável todo o déficit que o país tem com essa classe historicamente desfavorecida. E mesmo não sendo vista por todos como uma ação positiva, as cotas raciais entraram sim em vigor no Brasil e já estão dando resultado. Os opositores servem para mostrar que o preconceito no país existe e se apresenta mascarado. 
(Jude Alves)