quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Grupo de cultura popular promove a dança e a percussão afro-brasileira e indígena nos bairros de João Pessoa

Descrição para cegos: a foto mostra apresentação do grupo Sementes de Jurema. À frente, destaca-se um integrante do grupo, que segura um microfone. Os demais membros estão com instrumentos musicais, ao fundo.
Foto: Neiry Karla
O Sementes de Jurema foi criado em abril de 2012, no bairro do Castelo Branco, em João Pessoa. Trazendo em sua razão de existência o desejo de que todos os paraibanos conheçam suas origens, o grupo leva cultura popular afro– brasileira e indígena aos bairros da capital, com muito ritmo e o brilho nos olhos de quem busca intermediar o reencontro da sociedade com sua ancestralidade.
Fundado inicialmente com o objetivo de ministrar oficinas de danças, o Sementes de Jurema viu no movimento a oportunidade de conscientizar os paraibanos sobre a importância do seu auto reconhecimento e a afirmação de suas origens, valorizando, assim suas características étnicas. Suas apresentações englobam música, teatro e percussão de ritmos como a dança dos orixás, ijexá, samba de roda, trabalho do campo, maculelê, puxada de rede, maracatu, ciranda e coco de roda.
O grupo já realizou apresentações em diversos bairros de João Pessoa, na região de Cabedelo, Conde e na cidade de Areia. Recentemente esteve em Recife participando da Festa da Lavadeira, um evento cultural que luta pela resistência negra. O movimento é formado por 16 artistas, entre eles dançarinos, percussionistas e cantores.
Seu nome traz as bases da religião Jurema Sagrada, tradição nordestina que se iniciou com o uso da planta pelos indígenas da região Norte e Nordeste do Brasil. Atualmente a crença tem como cidade sagrada a paraibana Alhandra, e possui fortes influências e referências da religião na praia de Tambaba, onde o grupo, após estudos, passou a conhecer mais a crença que surge da Paraíba para o mundo.

O repertório é composto por músicas e ritmos que remetem à luta contra o preconceito, mas também ao respeito e à preservação da cultura indígena e negra, além dos cocos de Jurema. As danças remetem ao trabalho negro nos canaviais paraibanos, buscando demonstrar o preparo da terra, o plantio e a colheita. O toré indígena também é trabalhado em suas apresentações. Atualmente o grupo faz interpretações do poema “Gritaram-me Negra”, da poetisa peruana Vitória de Santa Cruz. (Poliana Lemos)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será publicado em breve.