Foto: Neiry Karla
O
Sementes de Jurema foi criado em abril de 2012, no bairro do Castelo Branco, em
João Pessoa. Trazendo em sua razão de existência o desejo de que todos os
paraibanos conheçam suas origens, o grupo leva cultura popular afro– brasileira
e indígena aos bairros da capital, com muito ritmo e o brilho nos olhos de quem
busca intermediar o reencontro da sociedade com sua ancestralidade.
Fundado
inicialmente com o objetivo de ministrar oficinas de danças, o Sementes de
Jurema viu no movimento a oportunidade de conscientizar os paraibanos sobre a
importância do seu auto reconhecimento e a afirmação de suas origens,
valorizando, assim suas características étnicas. Suas apresentações englobam
música, teatro e percussão de ritmos como a dança dos orixás, ijexá, samba de
roda, trabalho do campo, maculelê, puxada de rede, maracatu, ciranda e coco de
roda.
O
grupo já realizou apresentações em diversos bairros de João Pessoa, na região
de Cabedelo, Conde e na cidade de Areia. Recentemente esteve em Recife
participando da Festa da Lavadeira, um evento cultural que luta pela
resistência negra. O movimento é formado por 16 artistas, entre eles
dançarinos, percussionistas e cantores.
Seu
nome traz as bases da religião Jurema Sagrada, tradição nordestina que se
iniciou com o uso da planta pelos indígenas da região Norte e Nordeste do Brasil. Atualmente a crença tem como cidade
sagrada a paraibana Alhandra, e possui fortes influências e referências da
religião na praia de Tambaba, onde o grupo, após estudos, passou a conhecer
mais a crença que surge da Paraíba para o mundo.
O
repertório é composto por músicas e ritmos que remetem à luta contra o
preconceito, mas também ao respeito e à preservação da cultura indígena e
negra, além dos cocos de Jurema. As danças remetem ao trabalho negro nos
canaviais paraibanos, buscando demonstrar o preparo da terra, o plantio e a
colheita. O toré indígena também é trabalhado em suas apresentações. Atualmente
o grupo faz interpretações do poema “Gritaram-me Negra”, da poetisa peruana
Vitória de Santa Cruz. (Poliana Lemos)
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