quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Leci Brandão e a luta contra a desigualdade

Descrição para cegos: imagem de Leci Brandão sorrindo, em frente a um microfone de estúdio e usando fones de ouvido. 
Por Luana Silva

Leci Brandão nasceu no Rio de Janeiro, em 1944. Considerada um dos principais nomes do samba no Brasil, a cantora e compositora é também uma grande figura no ativismo contra o racismo e desigualdade.
De família humilde, desde muito cedo Leci Brandão conciliava trabalho e estudo para ajudar em casa. Em 1970, enquanto trabalhava na Universidade Gama Filho, participou de um concurso de música da instituição e conquistou o prêmio de artista revelação.
Em 1972, entrou para a ala de compositores da escola de samba Mangueira, tornando-se a primeira mulher a fazer parte desse importante setor. A partir desse episódio, sua carreira começou a despontar e, em 1975, assinou um contrato com a gravadora Marcos Pereira.

Em muitas de suas letras, aborda o racismo, a negritude e outras questões sociais. Casa Grande e Senzala , de 1976, por exemplo, fala sobre o tempo da escravidão e da bravura daqueles que foram submetidos a isso. Já a canção Marias faz uma comparação entre a rotina de uma Maria da cidade e uma Maria do subúrbio, mostrando diferentes realidades. “Fiz da minha arte um instrumento para defender as pessoas”, afirmou em uma entrevista para a Rede TVT, em novembro de 2016.
Além do ativismo negro, Leci Brandão é lésbica assumida. Em uma entrevista ao jornal Lampião da Esquina, de 1978, afirmou “O fato de eu ser homossexual é uma coisa que não me incomoda, não me apavora, porque eu não devo nada a ninguém”.
Em 2010, se candidatou a deputada estadual, em São Paulo, pelo PCdoB. Foi eleita, se tornando a segunda mulher negra na Assembleia Legislativa do estado e reeleita em 2014. Atua nas questões raciais, inclusão social, políticas culturais, sociais e educativas.
Resistência é uma palavra que descreve muito bem a vida e a trajetória de Leci Brandão. Não se intimidou, mesmo com as dificuldades e usou a música para falar sobre as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Quando se tornou candidata, assumiu o compromisso de defender esses povos, para além do samba, nomeando o seu gabinete de “Quilombo da Diversidade”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será publicado em breve.