sexta-feira, 16 de novembro de 2018
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
A pluralidade nas passarelas do Brasil
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Democracia pra quem?
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Descrição para cegos: imagem do Senado Federal visto de cima.
(Foto: Agência Senado)
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Por Manoel Holanda
Chegamos
ao final de um período político bastante conturbado, e, entre tantas
incertezas, ficamos com a certeza de que a democracia racial ainda não chegou ao
Brasil. E sim, o resultado das eleições é a prova concreta do que estou
falando.
Ora, somos o país com a segunda maior população negra do mundo, mas, apesar
disso, a participação dos negros na política ainda é extremamente injusta e
desigual em todo o território, inclusive aqui na Paraíba. Essa falta de
representatividade reforça e reproduz uma diferença já existente desde os
tempos da escravidão.
Entre os 7 candidatos que concorreram a
uma vaga ao Senado na Paraíba, nenhum deles era autodeclarado negro. E os dois
eleitos são de cor branca, conforme informado à Justiça Eleitoral. É possível
consultar todos os detalhes das candidaturas no site oficial do Tribunal
Superior Eleitoral.
A ausência dos negros na política da
Paraíba também pode ser constatada se reunirmos os dados dos doze deputados
federais eleitos no último dia 7. Dentre eles, apenas um é autodeclarado negro,
enquanto que 58% da bancada paraibana na Câmara será formada por brancos.
Pois bem, não é preciso ser um
especialista no assunto para perceber que algo está errado. Um estado onde a
maioria é de cor negra, mas que serão mais uma vez representados pelos brancos.
Como pode? Logo a Paraíba, onde os negros sempre tiveram um papel de destaque
na composição histórica do nosso povo.
Por
isso, acredito que precisamos refletir sobre a valorização da nossa luta e da nossa
história em tempos de resistência. Apesar de existirem poucos estudos sobre o tema, a grande maioria dos candidatos aqui na Paraíba encontram muitas dificuldades para conseguir dar continuidade ao processo. A falta de apoio financeiro e material são alguns desses problemas.
Diante dessa realidade, o Estado tem a obrigação de implementar políticas públicas voltadas à inclusão dos negros na política, e a sociedade precisa compreender a importância da pluralidade na hora de escolher os seus candidatos. Talvez se faça necessária até a criação de uma política de equidade racial, que pudesse permitir uma presença mínima e obrigatória de políticos negros nos espaços de decisão e poder.
Só assim, poderemos
acreditar em alguma mudança nesse cenário. Todos nós brasileiros precisamos nos unir em
busca de mais uma conquista democrática racial do país, e talvez uma das mais
importantes. Só com uma pluralidade na política será possível sonhar com um
país mais justo e com menos desigualdades.
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terça-feira, 13 de novembro de 2018
O racismo contra os quilombolas e a luta pelo direito de existir
Cresce o número de afrodescentes no mercado de trabalho
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Descrição para cegos: imagem de pessoas reunidas
em uma reunião de trabalho.
(Foto: Labor/Statistics)
Por Manoel Holanda
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Novembro
é o mês da consciência negra, e, apesar de costumarmos dizer que vivemos em uma
democracia racial, a realidade é bem diferente e isso também é refletido no
mercado de trabalho. Mas para mudar esse cenário, muitas empresas no Brasil
estão desenvolvendo iniciativas em favor da diversidade que visam à inclusão de
afrodescendentes nas suas corporações.
As reivindicações do movimento negro e
do movimento sindical colocam em pauta as questões da discriminação racial nas
empresas, e geram um diálogo nacional em torno dela. Apesar dos números ainda
serem distantes do esperado, muitas instituições estão começando a assumir esse
desafio de diminuir a desigualdade e ao mesmo tempo procurando ações
afirmativas para que sirvam de respostas às cobranças feitas pela sociedade. Essa política de diversidade tem por
objetivo principal a adoção de iniciativas, atividades e medidas que reconheçam
a necessidade da democratização das oportunidades de acesso e tratamento no
mercado de trabalho.
Recentemente, a Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho apontou que, em 2017, houve um avanço
na contratação de pretos e pardos no país em comparação a 2016. Ainda de acordo
com o Ministério do Trabalho, o destaque ficou com o grupo com nível superior
completo, com um crescimento na participação de 8,6%.
O aumento expressivo do número de
afrodescendentes no mercado de trabalho pode ser explicado graças a ações realizadas
por governos anteriores, como a criação e adoção das cotas raciais nas
universidades, que possibilitou o fortalecimento do acesso e, principalmente, a
permanência dos estudantes negros no ensino superior.
De fato, os dados apontam para um avanço
na diminuição das desigualdades, mas ainda há muito a ser feito pelo poder
público. Para os próximos anos, o Brasil necessita dar continuidade às
políticas governamentais criadas na última década, para fortalecer a construção
de uma esfera empresarial e organizacional cada vez mais democrática, que
respeite os direitos humanos e que valorize o nosso maior patrimônio: a riqueza
da diversidade do nosso povo.
Também é preciso um maior engajamento das
empresas, para que elas consigam alcançar um entendimento comum e bem
estruturado de quais ferramentas elas podem utilizar para melhor conseguir
entender e transformar o mercado de trabalho, tornando-o um ambiente diverso e contribuindo
para a construção de uma sociedade mais justa.
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Opinião: Um breve histórico dos últimos governos e uma visão para 2019
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Descrição para cegos: Imagem do Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo Federal, local onde está o Gabinete Presidencial do Brasil.
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Por Manoel Holanda
No último mês, milhões de
brasileiros foram às urnas, e exercendo o papel da cidadania, a maioria
escolheu Jair Bolsonaro para ser o 38º presidente eleito em nosso país. Acusado
por muitos de ser racista por conta de suas declarações polêmicas, Bolsonaro
terá muitos desafios em seu governo, e um dos principais será criar políticas
públicas capazes de solucionar e combater o racismo e a desigualdade racial no
Brasil. Por aqui, o racismo contra os negros tem
sido praticado desde o primeiro momento da chegada forçada destes seres humanos
ao nosso país, uma vez que foram trazidos como escravos. A profunda
desigualdade racial entre negro e brancos em praticamente todas as esferas
sociais brasileiras é o resultado de mais de quinhentos anos de opressão e
discriminação contra os negros. Por décadas, a questão da desigualdade e
da discriminação racial esteve ausente do debate público no país, mas isso
começou a mudar em meados dos anos 2000, quando o Brasil passou a ser governado
por Luiz Inácio Lula da Silva, responsável pela criação de inúmeras políticas
de ações afirmativas. É fato que, antes de Lula, Fernando
Henrique Cardoso foi o primeiro presidente a ter assumido publicamente a
existência da discriminação racial no Brasil, dando início a uma discussão no
âmbito do governo para encontrar medidas que pudessem solucionar o problema,
mas foi com o governo Lula que tais políticas saíram do papel, surgiram e se
espalharam pelo sistema, diminuindo radicalmente os números dessa desigualdade. Dando continuidade ao trabalho de Lula,
Dilma Rousseff também contribuiu inteiramente ao ter aprofundado ainda mais as
políticas públicas, como por exemplo, a criação da lei que instituiu a
obrigatoriedade da adoção de cotas raciais e sociais nas universidades
federais, fornecendo mais educação para pessoas que de outra maneira
permaneceriam excluídas do sistema educacional brasileiro. Após Dilma, veio o governo Temer, que,
para muitos, representou o retrocesso e o avanço das desigualdades. Em meio a
uma profunda crise moral, financeira e social, o governo Temer foi responsável
pelo corte de gastos e pela redução dos programas sociais, decisões que
contribuíram para o agravamento da desigualdade, e interferiram diretamente no
compromisso do Estado para a garantia dos direitos humanos. Agora, o governo Temer vai chegando aos
seus últimos capítulos e será a vez de Bolsonaro. Em 2019, mais do que nunca,
caberá ao Estado a tarefa de promover a igualdade, realizando ações voltadas
para uma crescente melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros,
independentemente da cor, da religião, ou da classe social que seja
pertencente. O novo governo precisará entender que a
discriminação racial abrange toda distinção, exclusão ou restrição, que
prejudique ou anule o exercício da cidadania nos campos político, econômico e
social. Mas, para assegurar a igualdade não basta apenas proibir a
discriminação. O Estado tem a obrigação de formular estratégias capazes de
estimular a inclusão dos negros nos espaços sociais. Em outras palavras, não
basta proibir, é preciso também promover, tornando rotineira a discussão
respeitosa dos princípios da diversidade e do pluralismo em nossa sociedade. Diminuir a pobreza, investir em educação
e combater a violência são alguns dos compromissos que precisam ser assumidos
pelo novo governo em 2019. Para isso, o movimento negro precisa continuar seu
ativismo e ser protagonista na luta contra as distâncias que separam os negros
dos brancos no Brasil. Perante tudo isso, não poderá mais haver
espaço para a omissão do Estado diante do racismo, do preconceito e das
desigualdades sociais. O Brasil necessita ser verdadeiramente democrático,
livre, e justo, permitindo que a população negra seja integrada de forma digna
na sociedade. Em meio as incertezas, esse é o desejo de todos os brasileiros para
2019.
domingo, 11 de novembro de 2018
Mais um caso de racismo no esporte. Até quando?
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Descrição para cegos: imagem da atleta Gilvana Mendes Nogueira
atuando pela Seleção Brasileira
(Foto: Divulgação/CBH)
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Por Manoel Holanda
Nos últimos anos, tem sido comum vermos na mídia matérias
sobre racismo no esporte. Recentemente, a vítima da intolerância foi
a atleta Gilvana Mendes Nogueira, durante uma
partida válida pelas oitavas de final da Liga Nacional de Handebol Feminino, em
Blumenau-SC.
A atleta maranhense foi vítima de
racismo praticado por um torcedor que estava nas arquibancadas. Gilvana contou
que o torcedor disse para ela “voltar para a senzala”, além de ser xingada de
“vaca preta”, entre outras ofensas. Gilvana prestou
um boletim de ocorrência e o caso está sendo investigado.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Orixás: os super-heróis dos negros
Por Adilson Santana
Com intuito de desmistificar a cultura
higienista em relação às religiões de matizes africanas, uma produtora
nigeriana produziu o filme “Oya - Rise Of the
Superorisha”, que mostra um mundo onde os orixás foram esquecidos pela
população da época. Entretanto, Oyá, orixá que ainda mantém contato com os
humanos, é a responsável por encontrar uma adolescente que foi sequestrada e a
única que pode reabrir o caminho entre os humanos e os deuses africanos. Nesse sentido,
o filme busca discutir o direito ao culto religioso, garantia fundamental que
está prevista na declaração de direitos humanos e na constituição federal
brasileira de 88. Desse modo, o filme é uma
referência em colocar em pauta o movimento negro.
A produção do longa só foi
possível a partir de uma vaquinha, criada e compartilhada a partir das redes
sociais da produtora . O filme teve estreia
mundial no dia 18 de julho de 2014. Assista ao trailer
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
Animação francesa ressalta a negritude e costumes africanos
Descrição para cegos: imagem de Kirikú e dois animais encarando a feiticeira Kabará, quem tem maior destaque em relação ao pequeno guerreiro.
Por Adilson Santana
Uma série de animação infantil francesa,
lançada em 1998, intitulada de “Kirikú e a Feiticeira”, é uma das obras que conta a história de um bebê superdotado
que nasceu com a missão de proteger a vila onde cresceu, da
feiticeira Kabará. Além de contar a história de uma lenda, ambientada
no continente africano, o filme busca, de forma didática, falar dos costumes e
cotidiano da tribo.
Kirikú
é um dos primeiros produtos
cinematográficos que
busca representar o movimento negro, dando
ênfase a diversos aspectos da personalidade do protagonista da história, que é
negro. A animação versa sobre os direitos humanos, quando problematiza a dominação de
Kabará sobre a tribo de Kirikú.
Para assistir clique aqui.
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