Descrição para cegos: imagem de pessoas reunidas
em uma reunião de trabalho.
(Foto: Labor/Statistics)
Por Manoel Holanda
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Novembro
é o mês da consciência negra, e, apesar de costumarmos dizer que vivemos em uma
democracia racial, a realidade é bem diferente e isso também é refletido no
mercado de trabalho. Mas para mudar esse cenário, muitas empresas no Brasil
estão desenvolvendo iniciativas em favor da diversidade que visam à inclusão de
afrodescendentes nas suas corporações.
As reivindicações do movimento negro e
do movimento sindical colocam em pauta as questões da discriminação racial nas
empresas, e geram um diálogo nacional em torno dela. Apesar dos números ainda
serem distantes do esperado, muitas instituições estão começando a assumir esse
desafio de diminuir a desigualdade e ao mesmo tempo procurando ações
afirmativas para que sirvam de respostas às cobranças feitas pela sociedade. Essa política de diversidade tem por
objetivo principal a adoção de iniciativas, atividades e medidas que reconheçam
a necessidade da democratização das oportunidades de acesso e tratamento no
mercado de trabalho.
Recentemente, a Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho apontou que, em 2017, houve um avanço
na contratação de pretos e pardos no país em comparação a 2016. Ainda de acordo
com o Ministério do Trabalho, o destaque ficou com o grupo com nível superior
completo, com um crescimento na participação de 8,6%.
O aumento expressivo do número de
afrodescendentes no mercado de trabalho pode ser explicado graças a ações realizadas
por governos anteriores, como a criação e adoção das cotas raciais nas
universidades, que possibilitou o fortalecimento do acesso e, principalmente, a
permanência dos estudantes negros no ensino superior.
De fato, os dados apontam para um avanço
na diminuição das desigualdades, mas ainda há muito a ser feito pelo poder
público. Para os próximos anos, o Brasil necessita dar continuidade às
políticas governamentais criadas na última década, para fortalecer a construção
de uma esfera empresarial e organizacional cada vez mais democrática, que
respeite os direitos humanos e que valorize o nosso maior patrimônio: a riqueza
da diversidade do nosso povo.
Também é preciso um maior engajamento das
empresas, para que elas consigam alcançar um entendimento comum e bem
estruturado de quais ferramentas elas podem utilizar para melhor conseguir
entender e transformar o mercado de trabalho, tornando-o um ambiente diverso e contribuindo
para a construção de uma sociedade mais justa.
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