terça-feira, 13 de novembro de 2018

Cresce o número de afrodescentes no mercado de trabalho

Descrição para cegos: imagem de pessoas reunidas 
em uma reunião de trabalho.
(Foto: Labor/Statistics)
                                                                                                                           
                                                                                                                           Por Manoel Holanda

    Novembro é o mês da consciência negra, e, apesar de costumarmos dizer que vivemos em uma democracia racial, a realidade é bem diferente e isso também é refletido no mercado de trabalho. Mas para mudar esse cenário, muitas empresas no Brasil estão desenvolvendo iniciativas em favor da diversidade que visam à inclusão de afrodescendentes nas suas corporações.
        As reivindicações do movimento negro e do movimento sindical colocam em pauta as questões da discriminação racial nas empresas, e geram um diálogo nacional em torno dela. Apesar dos números ainda serem distantes do esperado, muitas instituições estão começando a assumir esse desafio de diminuir a desigualdade e ao mesmo tempo procurando ações afirmativas para que sirvam de respostas às cobranças feitas pela sociedade.       Essa política de diversidade tem por objetivo principal a adoção de iniciativas, atividades e medidas que reconheçam a necessidade da democratização das oportunidades de acesso e tratamento no mercado de trabalho.
         Recentemente, a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho apontou que, em 2017, houve um avanço na contratação de pretos e pardos no país em comparação a 2016. Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, o destaque ficou com o grupo com nível superior completo, com um crescimento na participação de 8,6%.
     O aumento expressivo do número de afrodescendentes no mercado de trabalho pode ser explicado graças a ações realizadas por governos anteriores, como a criação e adoção das cotas raciais nas universidades, que possibilitou o fortalecimento do acesso e, principalmente, a permanência dos estudantes negros no ensino superior.
       De fato, os dados apontam para um avanço na diminuição das desigualdades, mas ainda há muito a ser feito pelo poder público. Para os próximos anos, o Brasil necessita dar continuidade às políticas governamentais criadas na última década, para fortalecer a construção de uma esfera empresarial e organizacional cada vez mais democrática, que respeite os direitos humanos e que valorize o nosso maior patrimônio: a riqueza da diversidade do nosso povo.
       Também é preciso um maior engajamento das empresas, para que elas consigam alcançar um entendimento comum e bem estruturado de quais ferramentas elas podem utilizar para melhor conseguir entender e transformar o mercado de trabalho, tornando-o um ambiente diverso e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. 




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