Descrição para
cegos: A imagem se refere a Serena criança, segurando uma raquete.
Serena,
mais nova de cinco irmãs, filha de Richard Williams e Oracene Price. Família
negra e humilde que vivia nos Estados Unidos da América. Muitos acham que
Serena se tornou quem é hoje por só pela junção do seu talento e esforço, mas
poucos sabem que mesmo antes de estar na barriga de sua mãe, seu pai, um ávido
fã de tênis, já previa seu futuro nas quadras. Isso porque ao assistir uma
partida na televisão na qual viu o jogador campeão ganhar enorme quantia de
dinheiro ficou deslumbrado, e traçou uma meta de vida. Assim, Richard,
visionário, foi autodidata e aprendeu tudo sobre o esporte, elaborando um plano
composto por 78 páginas, que ele acreditava ser a chave para um inexperiente se
tornar um tenista profissional.
Vencendo as
barreiras da vida e conhecendo o racismo
Pouco tempo após o nascimento da bebê Serena, sua família fez uma
mudança brusca. Da calmaria de Saginaw para a loucura de Compoton, em Los
Angeles – Califórnia. Foi lá, em meio a essa região perigosa, onde
ocasionalmente se escutava barulhos violentos e tiroteios, que a pequena
aprendeu o básico do tênis. Há um registro da fala do seu treinador da época,
conhecido como “Massi”, sobre a situação do local de treinamento: “Não é um
clube de campo. É um parque fedorento. Há caras jogando basquete, pessoas
desmaiadas na grama, vidros quebrados por toda quadra, pessoas bebendo”.
Apesar disso, Serena
não desfocou, logo mostrou um bom desenvolvimento no esporte, que chamou a
atenção e fez o seu pai dar o primeiro passo corajoso, em busca de torná-la a
estrela do tênis mundial que é hoje. Aos quatro anos e meio iniciou nas
competições, participando em torneios juniores. Até os cinco anos de idade,
ganhou 46 das 49 competições que participou, um começo impressionante. E foi
assim que sua popularidade local surgiu.
Consequentemente, a
pequena Serena também conheceu o racismo. Ao sofrer discriminações, oriundas da
falta de profissionalismo e do preconceito, o seu pai percebeu que Serena
poderia tornar-se emocionalmente e fisicamente desgastada com toda essa
situação. Afinal, ela era pequena demais para entender o que acontecia e fazer
algo sobre. Assim, Richard decidiu tirá-la das competições e Serena começou a
treinar em casa com o acompanhamento do treinador profissional Rick Massi.
Surgimento de
oportunidades
Não demorou muito para que Massi percebesse o talento de Serena,
ela era uma estrela em ascensão, convidando-a junto a sua família para irem ao
estado da Flórida. Lá, o treinador dirigia uma academia de tênis, nada mais
perfeito para ela. Além disso, foi lhe garantido um contrato de patrocínio, o
qual permitiu que todos se adequassem sem maiores dificuldades.
Essa
mudança foi um motor único para o crescimento profissional da atleta, que aos
14 anos teve seu primeiro jogo profissional, e aos 16 já estava no ranking das
melhores tenistas do mundo. Aos 17, em 1998,
derrotou duas tenistas top 10 num mesmo torneio, enquanto estava 304ª posição. Assim,
passou a ser muito notada e assinou um contrato com a PUMA, de doze
milhões de dólares, logo após se graduar no ensino médio. Com 18 anos de idade,
ganhou não apenas um, mas dois títulos profissionais, um na França e outro no
US Open, algo que desde o ano de 1958 não era conquistado por uma mulher
afro-americana.
Companheirismo de vida
Em
paralelo, é importantíssimo ressaltar que boa parte da sua carreira
profissional foi construída ao lado de sua irmã, Vênus Williams, nascida em 17
de junho de 1980 em Lynwood – Califórnia. Obcecado pela ideia de ter filhas
tenistas, o pai encontrou nas duas meninas talento e obstinação, articulando,
assim, meticulosamente a carreira delas. Ambas sempre treinaram juntas e
tiveram todo o suporte igualmente, porém, mesmo sendo a mais nova, Serena foi a
primeira a brilhar.
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Descrição para cegos: Na imagem, podemos ver Venus e Serena, quando eram crianças sentadas em uma quadra com várias bolas de tênis ao redor.
Quando
novas, os especialistas não criavam muita expectativa por não terem passado
pelo circuito júnior de tênis, como a maioria dos astros do esporte. Além
disso, o tênis é um esporte majoritariamente da elite branca, uma dupla de
mulheres negras não parecia algo muito atrativo. Falha deles, pois juntas
conquistaram a medalha de ouro no torneio de pares dos Jogos Olímpicos em 2000,
na Austrália. Elas formam uma dupla poderosíssima, com treze conquistas de
Grand Slam, mais dois ouros olímpicos em par e mais dois sozinhas. São as
únicas que possuem o chamado Golden Slam do tênis
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Descrição para cegos: A imagem se refere a uma fotografia das duas irmãs em quadra, uma ao lado da outra, sorridentes.
A primeira vez que elas se confrontaram em uma final de torneio
foi no Torneio de Wimbledon e do Roland Garros, e Serena saiu vitoriosa. Hoje
em dia são mais de 26 confrontos acumulados, mas Serena sempre destaca que
“pelo menos uma de nós estará nas quadras”.
Mesmo sendo rivais em torneios individuais, as duas não escondem a
paixão e admiração que têm uma pela outra. A caçula vê a mais velha como
referência, não só como atleta, mas como pessoa fora das quadras, “é fantástico
para mim seguir os passos dela”, já afirmou Serena. E é recíproco, Vênus não
poupa elogios nunca quando se refere à irmã, “Ela já passou por muita coisa. A
parte sensacional é que, não importa o que ela já passou, ela nunca reclamou.
Ela passou por tanta coisa que ninguém poderia imaginar.” Há um documentário
incrível sobre elas chamado “Venus and Serena”, dirigido por Maiken Baird e
Michelle Major, que ilustra muito bem os desafios e as emoções desse
relacionamento de irmandade.
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Grandes Desafios
Serena chegou ao topo da carreira esportiva com um caminho construído
por milhares de barreiras e desafios, que só a deixou mais forte e destemida.
Tanto fisicamente como mentalmente.
Lesões musculares são
muito frequentes em praticantes de tênis profissional. O esporte requer muita
preparação física, com isso, os treinos são muito intensos assim como as
competições. Dores na região da lombar, ombro, cotovelo, joelho e quadril fazem
parte do dia a dia dos tenistas de alto rendimento.
Por isso lesões fazem
parte da história da nossa atleta. Em 1999, Serena saiu de um torneio com forte
tendinite nos dois joelhos, logo após, teve que fazer o mesmo no Australia Open
com uma torção no cotovelo direito. No ano seguinte, foi ainda pior,
lesionou-se na final de uma competição em Paris e em Amelia Island, na qual
teve que abandonar o jogo por uma ruptura no menisco do pé esquerdo. A
recuperação levou em torno de três meses.
Em agosto de 2000,
ela voltou a se lesionar no Canada Open, ganhando a partida, um dos ossos da
base do pé esquerdo inflamou, fazendo-a perder o segundo set e abandonar o
terceiro. Em 2001, teve que renunciar o torneio de Paris por cansaço mental e
físico. Após aproximadamente dois meses, retornou para ganhar em Indian Wells e
chegar às quartas de final em Miami. Contudo, teve que deixar de jogar em
Charleston, Roma e Madri devido a lesões no joelho.
No ano de 2002, Serena não conseguiu
disputar o Australia Open por causa de uma lesão no tornozelo sofrida na semifinal
do torneio de Sidney. Logo em seguida, em 2003, viu-se obrigada a abandonar a
temporada de Wimbledon, novamente por se lesionar no joelho. Também teve que se
retirar da competição de San Diego em 2004, do Canada Open e dos Jogos
Olímpicos de Atenas. Mas pelo menos conseguiu disputar o restante dos Grand
Slams.
No mesmo ano,
problemas no estômago tiraram qualquer possibilidade de vencer o WTA Tour
Championship. Temporada muito sofrida para a atleta. E isso faz parte da rua
rotina até hoje. Recentemente, dia 23 de março de 2019, anunciou que por lesão
no jelho esquerdo está fora do Miami Open 2019. Assim segue sua carreira, se machuca,
para e volta. Mas sempre volta com a mesma garra, brilho nos olhos e força de
sempre. E é isso que impressiona a todos, ela parece nunca se deixar abalar por
nada, sempre se superando e ultrapassando barreiras.
A notícia que
mudou os planos
Aos 35 anos de idade, Serena derrotou a irmã Venus, no Australia
Open em janeiro de 2017, conquistando seu 23º título do Grand Slam e
tornando-se recordista em provas do Grand Slam na Era Open. O que ninguém
sabia, inclusive sua irmã, é que Serena não estava jogando sozinha. Nas quadras
ela estava carregando um bebê de oito semanas na barriga.
Serena revelou que
ficou em estado de choque ao receber a notícia, pois ela não achou que seria
possível. Ainda mais com a rotina que vive. Ela só descobriu porque sonhou que
estava grávida, e despretensiosamente decidiu fazer o teste. Sempre quis ser
mãe, mas foi pega de surpresa. Ela revelou que a todo momento se definia de um
só jeito, pelo sucesso, pelas competições e fazendo história. E do nada, tudo
mudou. Porém, o medo de não voltar tão forte como era e de não conseguir ser
tanto a melhor mãe como a melhor tenista do mundo, não saiu da sua cabeça. Mas
ela decidiu viver e tentar.
O
Grand Slam estava batendo na porta, e ela não poderia deixar de participar. Com
a consulta e avaliação médica foi permitido que ela jogasse e treinasse. Serena
preferiu manter segredo até a competição, e seguiu tomando cuidado nas
preparações para não prejudicar a gravidez. Carregada de medo e ansiedade, ela
nem pretendia ganhar o Australia Open, ela nunca tinha passado por isso e não
sabia como seu corpo ia reagir.
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Descrição para cegos: A imagem mostra um momento da partida da qual Serena saiu vitoriosa enquanto estava grávida. A atleta está em movimento, como se tivesse acabado de bater na bola.
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Em quadra, na final contra sua irmã,
disse que só pensava no que carregava na barriga e o quanto isso significava
para ela. Serena disse que não poderia deixar de seguir seus sonhos e batalhar
por eles e quem sem dúvidas, esse foi o Grand Slam mais especial de sua vida.
Venus sempre brinca, “temos que fazer uma outra partida, pois foi injusto, dois
contra um”, e também que a bebê já participou e foi campeã de um Grand Slam. O
troféu do torneio fica exposto no quarto para tornar o momento ainda mais
inesquecível e para lembrar a sua filha de que tê-la em seu corpo não impediu
Serena de ter sucesso.
Porém, também foi a
hora de Serene enfrentar o maior desafio da sua vida, dar à luz. Em setembro de
2017, Serena teve sua primeira filha, Alex Olympia Ohanian Jr, com o co-fundador
do Reddit, Alexis Ohanian.No parto, segundo suas próprias palavras em uma
reportagem a CNN, esteve perto de morrer. “Quase morro depois de dar à luz a
minha filha, mas me considero afortunada. Embora tenha tido uma gravidez
simples, minha filha nasceu por uma cesárea de emergência depois que seu ritmo
cardíaco caiu dramaticamente durante as contrações".
Os problemas e
complicações começaram após 24hrs do parto, “ter dado à luz foi um sentimento
incrível, mas depois as coisas ficaram ruins”. Primeiro Serena teve uma embolia
pulmonar, que é uma condição na qual uma ou mais artérias dos pulmões
bloqueiam. “Isso provocou uma série de complicações que tive sorte de
sobreviver”. O que já tinha lhe acontecido antes, em 2011, quando os médicos
tiveram que tirar um hematoma após descobrirem um coágulo de sangue nos seus
pulmões. Algo que também a afastou das quadras.
Logo após, ela teve
que ser operada novamente pois devido a tosse intensa, causada pelos problemas
respiratórios, os pontos da cesárea abriram. Foi ai que os médicos encontraram
outro coágulo em seu abdômen. Ela passou as primeiras seis semanas da
maternidade acamada, “Quando finalmente fui para casa, com minha família,
precisei passar as seis primeiras semanas como mãe na cama”.
Serena viveu uma
montanha russa de emoções e revelou, “ninguém nunca fala dos momentos difíceis
– a pressão, a incrível decepção toda vez que o bebê chora. Eu desmoronei não
sei quantas vezes. Fico irritada com o choro, depois fico triste por ficar
irritada e então me sinto culpada, “por que eu fico triste se tenho um bebê lindo?
”. As emoções são insanas”. E ainda como mulher negra feminista afirmou “estou
tão feliz por ter tido uma filha, quero ensiná-la que não existem limites”. Ela
receia que as mulheres são limitadas e não são ensinadas a sonhar tão grande
quanto os homens, que podem ser o que quiserem, mas vai ensinar a filha a ter
muita perseverança.
Não
pretendia e nem parou de brilhar após ser mãe, continuou no topo do mundo do
tênis e revelou “Ainda não terminei, é simples. A minha história não termina
aqui”.
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Descrição para cegos: A imagem se refere a uma fotografia do casamento, na qual Serena está vestida de noiva, sentada ao lado do marido, com a filha no colo. |
Mesmo pegos de surpresa com o nascimento da filha, o casal Serena
e Alexis, juntos desde 2015 e noivos em 2016, não desistiu de realizar a
celebração de casamento. Após dois meses de terem Olympia, se casaram, em Nova
Orleans, Estados Unidos. Em uma cerimônia bem sofisticada, porém discreta,
inspirada no conto de fadas de A bela e a
fera. O casamento teve presenças ilustres de diversos famosos como Beyoncé
e Kim Kardashian. Serena usou três tipos de vestidos, todo assinados por
estilistas famosíssimas, além disso, durante a festa ela trocou seus saltos por
um par de tênis cravejado de cristais da Nike, sua patrocinadora oficial.
Casados até hoje, Serena
revela que eles se dão super bem por serem o oposto um do outro. Ela é esportista,
ele empresário. Ela é negra, ele branco. Ela cresceu nas ruas, ele no
computador. Assim, eles se completam. Conseguem fazer acontecer de jeitos
diferentes e se conectarem. O casal se mostra muito romântico, principalmente
nas redes sociais. Sempre apoiam um ao outro. Em seu Instagram, Alexis não
poupa palavras para admirar e reconhecer o talento da sua esposa. Eles são
cheios de paixão e companheirismo, e respeito acima de tudo.
Polêmicas
Como se já não bastasse tanto acontecimento em sua vida, Serena
não seria Serena sem seu envolvimento com tantas polêmicas. Ela é uma mulher
negra que ocupa o posto de uma das celebridades mais relevantes do mundo e não
se deixar calar por nada.
No ano de 2004, foi
injustiçada pelas decisões do juiz. Contra a tenista Jennifer Capriati, Serena
perdeu muitos pontos pois o juiz via sua bola dentro fora de campo. Notava-se a
indignação no olhar da atleta e na reação do público e dos comentaristas.
Em 2009, sua defesa
pelo título do US Open terminou de forma inesperada. Serena já tinha sido
advertida pelo árbitro pela sua má conduta ao quebrar sua raquete. Porém ainda foi
penalizada pelo árbitro por contestar uma decisão dos juízes e “ameaçar de
morte” a juiz de linha. Com a multa mais alta prevista pelo regulamento dos
torneios na época, U$ 10.500, dez mil dólares referente à ameaça feita e os
outros quinhentos ao “abuso da raquete”.
Serena recusou-se a
pedir desculpas, “Um pedido de desculpas? Meu? Quantas pessoas gritam com o
juiz de linha? Acontece toda hora. Já perdi a conta do número de vezes que isso
aconteceu. Sou uma profissional, não implorei por outra oportunidade porque
conheço as regas e cumpro-as”.
A
atleta tem o costume de descontar a raiva de erros no jogo destruindo suas
raquetes. Serena furiosa bate com muita força a raquete no chão a ponto de
deformá-la e deixar o público espantado. Isso já ocorreu diversas vezes e
infelizmente só reforça uma imagem bruta da estrela.
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Descrição para cegos: A imagem mostra Serena com um look escuro, com saia e meia calça de bailarina. A fotografia foi tirada bem no momento em que a atleta joga a raquete no chão e quebra.
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Outro polêmico evento, o mais recente, envolvendo a atleta e
árbitros aconteceu, em 2018. Na final do US Open 2018, contra Naomi Osaka, Serena
foi triplamente punida – por receber orientações indevida do técnico, quebrar a
raquete e ofender o juiz. Ela nunca admitiu a acusação, “Eu não trapaceio, eu
sou mãe. Prefiro perder”, ela declarou. Serena teve que pagar U$ 17.000 de
multa. A atleta chorou, xingou e foi superada pela adversária. Muitos a
acusaram de ofuscar o brilho de Naomi, que conquistou o primeiro Grand Slam da
história dos nipônicos. A mídia caiu em cima dela, divulgando muitos
comentários negativos.
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Descrição para cegos: A imagem mostra Serena com seu macacão preto na partida, fazendo um movimento para acertar a bola.
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Além dos casos polêmicos nas partidas, os “looks” da atleta também
dão o que falar. Serena sempre saiu do convencional e competiu com roupas
diferentes. Devido a isso ela se envolveu em uma situação bem desconfortável no
torneio Roland Garros em 2018. Desde que tinha voltado às quadras depois do
nascimento de Olympia, a atleta escolheu utilizar um macacão preto, de
compressão, feito para ajudá-la com seu problema dos coágulos de sangue, que
diz ela, também inspirado no filme Pantera Negra, da Marvel. O traje ganhou
apelido de “roupa de Wakanda”. Contudo, o presidente da Federação Francesa de
Tênis não se sentiu muito confortável com a vestimenta da atleta, “Não será
mais aceito, é preciso respeitar o jogo e o lugar. Acho que fomos longe
demais.”
A decisão foi
totalmente criticada e questionada justamente por ter uma funcionalidade. “É um
traje divertido, mas também é funcional, que me permite jogar sem problemas,
explicou Serena. A Nike patrocinadora da atleta mostrou total suporte e apoio,
ao publicar uma foto dela com a seguinte legenda: “Você pode até tirar a heroína
dos seus trajes, mas nunca poderá tirar seus superpoderes”. A repercussão foi
bastante positiva, o público demostrou aprovação e defendeu a estrela.
Logo após, Serena
surpreendeu no US Open com um novo uniforme inspirado no clássico tutu de bailarina.
Criado pelo guru da moda, Virgil Abloh, fundador da marca Off-White e
responsável pela linha masculina da Louis Vuitton. Uma versão bem açucarada mas
bem contundente, ela ainda brincou, “Quando se trata de moda, você não quer ser
um infrator reincidente”.
Lição de vida
No tocante a todas as
polêmicas e ocorrência na vida da atleta, percebe-se o sexismo e racismo
presente nas quadras de tênis e no mundo. Serena abriu espaço para a discussão
da igualdade de gênero no esporte. Homens e mulheres precisam ser tratados da
mesma maneira, e isso não acontece.
Ela recebeu total
apoio dos seus companheiros de esporte, Billi Jean King reforçou, “Quando uma
mulher é emotiva, ela é chamada de histérica e é penalizada por isso. Quando um
homem faz o mesmo, ele é franco e não há repercussões”.
O mundo do tênis já
assistiu alguns épicos ataques de fúria dos seus jogadores que não chegam aos
pés dos de Serena, mas também não chegaram perto de ser repercutidos como tal.
O canadense Denis Shapovalov já foi desqualificado por bater uma bola no olho
de um árbitro, fraturando um osso, e André Agasse certa vez referiu palavras de
mau gosto ao árbitro e cuspiu em sua perna, para exemplificar.
Casos como esses ilustram como reações de
fúria não são incomuns no mundo do tênis, e realçam também a injustiça que
sofre a atleta, por ser mulher e negra. “Já vi homens chamando árbitros de
várias coisas. Estou aqui lutando pelo direito das mulheres e igualdade das
mulheres, o fato de eu ter dito “ladrão”, e ele ter me tirado um game, isso me
fez sentir que foi uma reação sexista, talvez não tenha funcionado para mim,
mas funcione para outra pessoa”.
Em relação ao
policiamento sobre o corpo da mulher nas quadras, isso não deveria existir. A
perseguição com os trajes de Serena precisa terminar, pois ela está
trabalhando, então enquanto a sua roupa a agrada, a ajuda, a torna mais
confiante e não falta com respeito a ninguém não há motivos para que ela não a
use. A proibição refletiu um regresso no esporte.
O que nos faz lembrar
de um evento em 1985. No qual, a tenista Anne White chamou a atenção e
polemizou ao usar um macacão branco em Wimbledon. Em momento algum ela foi
repreendida, e traz-se o questionamento do que é que faz um traje ser motivo de
sucesso e o outro ser considerado desrespeitoso. A diferença é que o de sucesso
foi promovido por uma branca, e o que foi mal visto por uma negra. O Open da
França precisa rever seus conceitos de ética e moral, e parar de policiar o
corpo da mulher negra.
Serena combateu e
sempre lutará em prol da sua raça e do seu gênero. “O que os outros marcaram
como falhas ou desvantagens sobre mim, minha raça e meu gênero, eu abracei como
um combustível para o meu sucesso”. Ela espera que sua história possa inspirar
outras jovens negras a buscarem sempre o melhor e seguir seus sonhos. “Eu, ao
ser uma mulher negra, fazer algo histórico que nunca se tinha feito é
indescritível. ”
“Nós precisamos
continuar sonhando alto. Fazendo isso, nós empoderamos a próxima geração de
mulheres a serem tão ousadas quanto nós em suas buscas”.
Com informações de Wikipedia, Infopedia, Geledés, Childhood biography,
Uniritter Esporte, Sportv, Soufitness.com.br, El país e Being Serena
documentary.
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