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Descrição para cegos: a foto mostra a professora Ana Marinho, que está sentada. O nome dela está destacado no canto superior esquerdo, em letras vermelhas. |
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Negros e índios ainda são marginalizados na literatura infanto-juvenil brasileira
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Afroeducação analisa a implementação de leis étnicos-raciais na Educação
Pesquisa
analisa a implementação de leis étnicos-raciais na Educação.O trabalho é
desenvolvido pelo grupo de pesquisa Afroeducação que tem como objetivo
empoderar descendentes de africanos e indígenas na UFPB. Uma das suas áreas de
atuação é a educação básica do litoral norte da Paraíba. Ele atua em municípios
da região avaliando como a legislação que determina adoção das histórias
africana e indígena é aplicada no ensino básico.Ouça a entrevista com o
coordenador do estudo, Wilson Aragão, Diretor Centro de
Educação da UFPB.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Desejabilidade social demonstra atitude racista de alunos da UFPB
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Descrição para cegos: A imagem mostra o professor Carlos Pimentel, cujo nome está escrito na parte superior direita, em letras laranjas. Ele está em pé e, ao fundo, vê-se algumas pessoas. |
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Acesso desigual de negros à saúde pública será tema de atividade da UFPB
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Descrição para cegos: a imagem retrata o professor Antônio Novaes, que sorri para a foto. O nome do professor está destacado no canto superior esquerdo, em letras azuis. |
terça-feira, 21 de outubro de 2014
2º Colóquio de Diversidade Étnica – professora Solange Rocha
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Descrição para cegos: foto mostra a professora Solange Rocha, falando com auxílio de um microfone. Há uma câmera que a filma e ela também aparece no visor. |
O Colóquio de
Diversidade Étnica da turma de Jornalismo e Cidadania do período letivo 2014.2
foi realizado no dia 1º de outubro com a professora Solange Rocha, do
Departamento de História da UFPB e Coordenadora do Núcleo de Estudos
Afro-brasileiros e Indígenas, o Neabi. A organização foi de Ítalo Di Lucena, Jullyane
Baltar, Marijane Mendes e Talita Lourenço.
No primeiro vídeo a
professora Solange fala sobre o processo histórico do capitalismo no Brasil e
como esse modelo econômico se tornou disseminador do racismo.
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Diversidade nacional
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Foto: Kalyne Lima. Descrição para cegos: a imagem mostra duas pessoas com as cabeças encostadas uma na outras. Uma delas é um homem negro, à esquerda, e a outra, uma mulher branca, à direita. |
Nas ruas, nas cidades, busco o respeito
Respeito pela diversidade
Mas só vejo preconceito
Negro ou branco
Para que o desrespeito?
Somos todos diferentes
Nós somos iguais
Por que somos brasileiros
Para que distinguir a cor da minha pele
Sou mestiça, sou humana
Esse direito não me negue
Igualdade social, direito nacional
Brasil, país tropical
Diversidade étnica, respeitar é dever social
Branco, negro, amarelo, vermelho
Muitas são as cores, mas também o preconceito
Qual a minha cor , qual o meu valor?
Não importa, não quero ter valor
Quero paz, respeito, eu quero amor. (Talita Lourenço)
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Estereótipos Indígenas
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Descrição para cegos: a foto mostra um grupo de índios, vestidos e adornados com elementos da cultura índigena. Eles estão em cima da grama e, no fundo, existem diversas árvores. |
Foto: Marina Cândido
A mídia e os materiais didáticos
reforçam um estereótipo de índio que, na realidade, não existe mais. Marina
Cândido, indígena, escreveu sobre como esses estereótipos são identificados e
como a sociedade pode tentar combatê-lo. Confira o texto completo no link
abaixo. (Jude Alves)
Campanha Reaja ou será morto, Reaja ou será morta!
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Descrição para cegos: A ilustração é composta por um fundo da cor preta e a frase reaja ou será morta!, em cor amarela, e a frase reaja ou será morto!, em cor branca. |
Foto: Divulgação
No
dia 22 de agosto acontece a II Marcha contra o Genocídio do Povo Negro. O
movimento começou com a campanha Reaja
ou será morto, Reaja ou será morta. Aqui na Paraíba, o movimento também
ganhou força e estudantes e professores da Universidade Federal da Paraíba
estão se mobilizando para envolver toda a população negra do Estado nessa
marcha. Eu conversei com duas estudantes que compõem o grupo Reaja Jampa,
Helainy Souza e Janiffer Xavier. A seguir você confere todos os detalhes sobre
a campanha na Paraíba. (Thais Vital)
Blog: Qual o objetivo da Campanha Reaja ou será morto, reaja
ou será morta?
Helainy:
A luta maior do Reaja é contra a lamentável mortandade de jovens e adultos,
negros e negras no nosso país, quando verificamos que a pobreza e a
marginalidade têm cor. O objetivo da marcha é denunciar e reivindicar os
direitos de todos que são julgados pela cor de sua pele, lutamos contra toda e
qualquer forma de discriminação étnico racial declarada, e em especial contra o
lamentável genocídio da população negra, denunciando assim a forte truculência
policial que verificamos frente às comunidades e à desigualdade social que
nossa gente negra experimenta.
Blog: Quantos membros compõem o Reaja Jampa? Como esse grupo foi articulado aqui na Paraíba?
Helainy:
O grupo é composto por treze pessoas, dentre elas estudantes e professores da
UFPB e também contamos com colaboradores que ajudam e apoiam a causa. O Facebook foi uma ferramenta essencial
para que o grupo crescesse e tomasse corpo. O Reaja também recebeu o apoio do NEABI-
Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro- Brasileiros e Indígenas, da UFPB, que cede
espaço também para divulgação da Marcha e do Movimento Reaja, além de ser o
principal espaço onde fazemos nossas reuniões.
Grupo de cultura popular promove a dança e a percussão afro-brasileira e indígena nos bairros de João Pessoa
Foto: Neiry Karla
O
Sementes de Jurema foi criado em abril de 2012, no bairro do Castelo Branco, em
João Pessoa. Trazendo em sua razão de existência o desejo de que todos os
paraibanos conheçam suas origens, o grupo leva cultura popular afro– brasileira
e indígena aos bairros da capital, com muito ritmo e o brilho nos olhos de quem
busca intermediar o reencontro da sociedade com sua ancestralidade.
Fundado
inicialmente com o objetivo de ministrar oficinas de danças, o Sementes de
Jurema viu no movimento a oportunidade de conscientizar os paraibanos sobre a
importância do seu auto reconhecimento e a afirmação de suas origens,
valorizando, assim suas características étnicas. Suas apresentações englobam
música, teatro e percussão de ritmos como a dança dos orixás, ijexá, samba de
roda, trabalho do campo, maculelê, puxada de rede, maracatu, ciranda e coco de
roda.
Etnia versus Raça
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Foto: Jude Alves. Descrição para cegos: a imagem mostra a frase Etnia X Raça escrita em letras pretas, contrastando com o fundo azul. |
Foto: Jude Alves
Para falar sobre o tema de diversidade
étnica é importante o conhecimento de alguns conceitos. O termo etnia é um deles. A discussão tem início
quando se traça ou delimita seus significados que acabam confrontando-se com os
de raças.
O significado de raça está ligado ao
campo morfológico no que diz respeito aos seres humanos. Historicamente esse
termo começou a ser utilizado para reconhecer grupos humanas que já eram
socialmente definidos. As distinções empregadas referem-se a características
como o tipo do cabelo, tonalidade da pele, a formação facial e cranial,
ancestralidade e genética. Contudo, as variações da cor da pele são constantemente
utilizadas como o único atributo para definir a raça, porém ela constitui
apenas uma das características raciais. E ainda é importante lembrar que a cor
da pele não determina a ancestralidade do indivíduo, principalmente aqui no
Brasil, onde a população é altamente miscigenada.
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
O espelho da mídia
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Descrição para cegos: a ilustração retrata uma mulher negra, de cabelo black power e flor branca na cabeça, tendo à frente um grande ponto de interrogação. |
Já observou qual a representação da
mulher negra nos programas de televisão? Ou, se você é negra e está lendo este
post, já se identificou com essas imagens? Do estereótipo à sexualização, este
tem sido o viés de reprodução da mulher negra no cotidiano televisivo. Para explicar
esse contexto o PortalGeledés traz um texto, revisto e ampliado, que
aborda essa temática. O documento foi apresentado na abertura da Semana da Consciência Negra da Escola Municipal da
Palestina, em novembro de 2013.
(Poliana Lemos)
A
representação social da mulher negra nos programas de TV: do estereótipo à
sexualização
O Brasil viveu mais de 300 anos, mais
precisamente 358 anos de regime escravista negro africana. A historiografia nos
diz que homens, mulheres e crianças foram sequestradas de várias regiões de
África e trazidas para o Brasil a fim de servir o sistema comercial e
exploratório que a escravidão perpetuou.
Mulheres africanas que aqui aportaram
vilmente tiveram sua força de TRABALHO explorada,
sua cultura expropriada, e sua sexualidade abusada.
sábado, 16 de agosto de 2014
Terras Indígenas
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Foto: Maria Cândido. Descrição para cegos: a foto mostra um grupo de índios, vestidos e adornados com elementos da cultura índigena. Eles estão em cima da grama e, no fundo, existem diversas árvores. |
As delimitações do que seriam as terras indígenas
são geradoras de muitos conflitos no território brasileiro. Porém esses povos têm
direito assegurado em lei. Confira no texto abaixo como se encontra a situação
da disputa por terras aqui no Brasil. (Jude Alves)
O que são Terras
Indígenas
No Brasil, quando se
fala em Terras Indígenas, há que se ter em mente, em primeiro lugar, a
definição e alguns conceitos jurídicos materializados na Constituição Federal
de 1988 e também na legislação específica, em especial no chamado Estatuto do
Índio (Lei 6.001/73), que está sendo revisto pelo Congresso Nacional.
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Resenha do livro Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil: Identidade Nacional versus Identidade Negra
Foto: Capa do livro
Neste
livro o antropólogo Kabengele Munanga analisa, através de
pensamentos de autores de diversos campos do conhecimento, os efeitos
da mestiçagem e suas consequências para a construção da
identidade brasileira e a sua relação com a formação da
identidade negra. Ele demonstra como inúmeros autores europeus
considerados clássicos e inatacáveis em nossos currículos advogam
as mais ensandecidas teorias racistas. Além disso, discute o
conceito e a história da mestiçagem no Brasil e nos Estados Unidos
e analisa as ideologias defendidas por intelectuais que marcaram a
discussão sobre as relações raciais em ambos os países.
Inicialmente,
Munanga se propõe a identificar o conceito e a história da
mestiçagem. Ao tratar sobre a mestiçagem na história do
pensamento, o autor reflete como os filósofos do iluminismo veem e
definem o mestiço. Para Voltaire, Julien Offray de la Mittrie,
Maupertius, Buffon, Kant e Edward Long, o mestiço era considerado
uma anomalia, um ser incapaz e degenerado.
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
A Arte das Pinturas Corporais Indígenas
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Descrição para cegos: a imagem retrata uma pintura corporal da etnia Kayapó feita de genipapo. Uma mão pequena segura o pincel e a pintura está sendo feita no braço de uma pessoa branca. |
As diversidades étnicas existentes no Brasil é
grande. Cada grupo se destaca pelas mais diversas características. Os povos
indígenas utilizam como uma das marcas de sua cultura a pintura corporal.
Vejamos o que o índio Amaré Brito fala sobre essa peculiaridade. (Jude Alves)
Pinturas
corporais indígenas
Em nosso país, nós indígenas estamos presentes em diversos lugares com
muitas características iguais, mas cada um com sua história e cultura
diferente, essa é a nossa maior riqueza.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
O povo cigano sob as lentes de Márcio Lima
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Descrição para cegos: a imagem retrata uma mulher cigana amamentando uma criança. Ela está sentada em um sofá amarelo e usa um vestido longo da cor rosa. |
O
povo cigano sofre diversos preconceitos, principalmente pela falta de
conhecimento das pessoas sobre sua cultura. O fotógrafo Márcio Lima adentrou a
causa, visitou e fotografou quatro comunidades ciganas no Estado da Bahia,
conhecendo melhor sobre a história e cultura desse povo. O ensaio foi ganhador
do Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia no ano de 2010. Confira no link abaixo
todas as fotos ganhadoras. (Jude Alves)
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Sobre rejeições humanas e técnicas
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Descrição para cegos: a imagem retrata a estudante Lilian Souza com um prédio ao fundo. |
Um
fato inusitado foi registrado em Salvador, na Bahia, no dia 15, envolvendo uma
jornalista negra. Lília de Souza teve problemas para tirar a foto de renovação
do passaporte por conta dos cabelos volumosos.
O problema
teria surgido após horas de espera para renovação do documento no posto da
Polícia Federal no Salvador Shopping. Funcionários da PF pediram que a
jornalista amarrasse o cabelo para tirar a foto do passaporte. Segundo eles, o
sistema rejeitaria o cabelo estilo "afro" da mulher de 34 anos.
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Cotas Raciais
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Descrição para cegos: a ilustração traz a hashtag #CotasSim escrita em letras pretas. O fundo da imagem é da cor cinza. |
Foto: Jude Alves
As cotas raciais são utilizadas para amenizar as
desigualdades sociais, econômicas e educacionais que existem em determinados
países. O país pioneiro na adesão ao sistema de cotas foi os Estados Unidos,
que em 1960 tomou medidas para tentar diminuir a grande desigualdade que havia
entre negros e brancos. Aqui no Brasil só a partir do final da década de 90 foi
que esse assunto entrou em pauta, começou a ser discutido e foi posteriormente
posto em prática. A primeira instituição de ensino no país a adotar tal medida
foi a Universidade de Brasília (UNB), que em junho de 2004 abraçou a bandeira
das cotas raciais, servindo de modelo e apoio para a adesão de outros centros
de ensino superior.
O sistema aqui no Brasil, além de beneficiar os negros,
também reserva uma parte das vagas para os indígenas e seus descendentes. Em
algumas universidades, pessoas pardas também usufruem do benefício. Para uma
pessoa ser beneficiada, além de assinar um termo em que ela autodeclara sua
raça, às vezes é necessário também passar por um tipo de entrevista. E é essa
entrevista que gera uma grande polêmica: O fato de decidir de qual raça o
indivíduo pertence. O assunto acaba deixando brechas para muitas discussões.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC) em um
levantamento realizado em 2013, após a implantação das cotas para os estudantes
que cursam ou que já concluíram o ensino superior, o número de pardos subiu de
2,2% para 11%, e de negros de 1,8% para 8,8%. Ficando atrás apenas da Nigéria,
o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo e é incontestável todo o
déficit que o país tem com essa classe historicamente desfavorecida. E mesmo
não sendo vista por todos como uma ação positiva, as cotas raciais entraram sim
em vigor no Brasil e já estão dando resultado. Os opositores servem para
mostrar que o preconceito no país existe e se apresenta mascarado.
(Jude Alves)
segunda-feira, 28 de julho de 2014
O fotógrafo do Brasil profundo
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Descrição para cegos: A foto retrata três indígenas, vestidos com roupas gastas e rodeados por pedaços de pau e lixo. O índio do meio está com um cocar. Ao fundo, vê-se vegetação cerrada. |
“A última trincheira” é o título de um
dos trabalhos mais intensos já realizados pelo fotógrafo Gabriel Ivan sobre os
povos indígenas do sul do Amazonas. O fotógrafo relata em entrevista ao Hypeness ,
a experiência vivida por ele durante suas quatro viagens a Humaitá, e mostra um
pouco do trabalho de quem manteve contato direto com a
etnia Tenharim, uma parte do Brasil que ele chama de profundo. (Poliana Lemos)
terça-feira, 15 de julho de 2014
Copa 2014: a diferença entre dizer não ao racismo e fazer alguma coisa contra ele
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Descrição para cegos: a imagem em fundo preto traz a hashtag #SayNoToRacism destacada em letras brancas (tradução: DigaNãoAoRacismo). |
Foto: Thais Vital
A
campanha da FIFA nesta copa no Brasil teve como foco o racismo no futebol. Em
todos os jogos a faixa com a frase “Say no to racism” foi erguida. É louvável a
iniciativa de que num evento mundial esse tema ganhe destaque. O problema é que
nada foi feito efetivamente para evitar esse tipo de violência nem para
disseminar a cultura afro-brasileira. É sobre essa campanha feita somente “pra
inglês ver” que o texto extraído do Portal Geledés fala. (Thais Vital)
domingo, 13 de julho de 2014
Negros têm três chances mais de ser vítima de homicídio no Brasil
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Descrição para cegos: a imagem mostra uma roupa preta de bebê amarrotada, que contrasta com o fundo branco. |
Foto: Wanderson Fernandes
Ao
ligar a televisão e sintonizar nos programas policialescos, o número de pessoas
negras que aparecem nas matérias é bem maior do que as de outras raças. O
problema é o modo de como elas são mostradas, geralmente em cenas de prisões,
crimes de modo geral, e vítimas de homicídio.
A
Paraíba é o segundo pior estado no Nordeste e o terceiro no país para pessoas
negras viverem. Um estudo realizado pelo o Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas,
o IPEA, no ano de 2013, demonstra que a possibilidade de um homem negro ser
vítima de homicídio é 3,7 vezes mais do que a de um homem branco, o que leva a
expectativa de vida de um homem brasileiro negro ser menos da metade que a de
um branco. Para os pesquisadores, um dos principais motivos para esse alto índice
de violência contra a comunidade negra são as condições sociais e o racismo.
O
estereótipo construído ao longo dos anos, o qual liga os negros a diversas
modalidades de crimes, influencia diretamente nas posturas dos policiais, dos
vigias, vigilantes e até mesmo de pessoas comuns. Não é difícil encontrar
alguém que já tenha se desviado de uma pessoa negra, ao encontrá-la no caminho,
com medo de ser, no mínimo, assaltado.
Mas,
o que fazer para se desconstruir esse modo de pensamento impregnado na mente
durante tanto tempo?
Creio
que o ponto inicial deve ser dado por nós, jornalistas e formadores de opinião.
Cabe a nós mostrar que necessitamos de segurança e justiça para todos e não
para poucos. O crime independe de raça, gênero e religião. É um problema social
e não racial.
Wanderson Fernandes
segunda-feira, 30 de junho de 2014
O jornalista como agente de combate ao racismo
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Descrição para cegos: a imagem mostra as palavras JORNALISMO, RACISMO, ESTEREÓTIPO, DISCRIMINAÇÃO E SOCIEDADE espalhadas e distorcidas. |
Foto: Thais Vital
A obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana e a contribuição desses povos para a formação da sociedade brasileira em todos os níveis de escolaridade pode ser considerada um grande avanço na luta pelo combate a discriminação racial.
A lei 10.639/03 é uma das ferramentas fundamentais para disseminar através da educação brasileira a cultura e o combate à discriminação racial e propõe novas diretrizes curriculares nesse sentido. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula os negros como sujeitos históricos, valorizando o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, bem como a cultura e as religiões de matrizes africanas.
Entretanto, esse combate deve ser instaurado em todas as esferas da sociedade brasileira, sendo o jornalismo outra ferramenta essencial. Infelizmente, o número de jornalistas negros é ainda muito baixo. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000, apenas 15,7% dos jornalistas eram negros. Em 2013, o levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostrou que as mulheres, brancas e jovens representam 64% dos jornalistas brasileiros, enquanto os negros e as negras jornalistas somam apenas 23% desses profissionais, sendo 5% negros e 18% pardos, o que não equivale ao percentual de 50,74% de pretos e pardos (negros) na sociedade brasileira, segundo o IBGE.
Uma das grandes iniciativas dos poucos jornalistas negros no Brasil para combater a discriminação racial no campo da comunicação foi a criação das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira), em 2001, em todos os estados brasileiros. Na Paraíba, essa comissão foi criada em 2009 por 19 jornalistas negros em busca da promoção da igualdade racial e do combate ao racismo no meio jornalístico. Se todos os nossos jornalistas tivessem uma formação anti-racista, a luta pelo combate desse tipo de violência teria um aliado essencial e muito forte. Prova disso é que, conforme o jornalista Flávio Carrança descreve em seu artigo publicado no livro Mídia e Racismo, nas pautas jornalísticas quando o negro é eleito um personagem da história, ora ele é considerado o pobre, coitadinho, que mora na favela e não tem acesso a educação, ora é tido como o exemplo de superação, que, por ser negro, não é normal que consiga sucesso.
Acredito que é preciso muita dedicação e atenção na formação dos profissionais formadores de opinião. Eles são uma das fontes de informações mais acessíveis da sociedade e por isso necessitam de uma formação adequada no que tange à temática das relações étnico-raciais.
Thais Vital
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Não à chapinha!
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Descrição para cegos: a imagem traz uma jovem negra de cabelos cacheados com olhar desafiador. A parede por trás dela é da cor vermelha. |
Projeto estimula crianças a valorizarem a beleza negra em Viçosa
Transformar
o sofrimento em lição de vida e utilizá-lo para combater o preconceito. Foi
assim que a estudante de 23 anos, Raissa Rosa, criou o projeto “Perólas
Negras”, da Organização Não Governamental (ONG) Casa Cultural do Morro, em
Viçosa, na Zona da Mata. O objetivo principal da iniciativa é a valorização da
beleza negra, trabalhando a autoestima de crianças e adolescentes. “Eu estudava
em uma escola particular. Era a única negra do local e que tinha o cabelo
crespo. Eu era bolsista, pobre, filha da faxineira. Carreguei o preconceito por
toda a infância. Sofria muito e chegaram até a cortar o meu cabelo porque eu
não aceitava fazer chapinha. Por isso, minha intenção é fazer com que as
meninas se aceitem e se encontrem”, explicou a jovem.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 1
O Colóquio de quarta-feira, dia 28, teve como tema central a Diversidade Étnica. A professora convidada para conversar com a turma sobre esse assunto foi a Dra. Cristina Matos que é professora do curso de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, ambos na UFPB, com experiência na área de conflito e autoimagem, comunicação, cultura, cinema e relações raciais. Temas como cotas raciais nos concursos públicos, genocídio de jovens negros, lei 10.639/03, beleza e estética negra pautaram a discussão. O colóquio foi dividido em 11 partes para facilitar o acesso. Confira esse e os próximos vídeos!
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 2
Aqui a professora Dra. Cristina Matos explica como a Lei 10.639/03 pode contribuir no combate à discriminação racial.
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 3
A aprovação das cotas raciais no Ensino Superior foi um assunto que gerou uma série de dúvidas e polêmicas entre os estudantes que concorrem a vagas em universidades. Em maio, essa discussão ganhou uma força ainda maior a partir da aprovação desse tipo de reserva racial em Concursos públicos. A professora Dra. Cristina Matos comenta o assunto.
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 4
A construção do pensamento e do ato racista é explicado neste vídeo pela professora Dra. Cristina Matos.
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 5
Neste vídeo a professora dá um panorama sobre a situação dos indígenas no Brasil.
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 6
A polêmica sobre a decisão da Justiça em não considerar a Umbanda e o Candomblé como religiões também pautaram a discussão do Colóquio. Confira neste vídeo o posicionamento da professora.
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 7
Aqui a professora Dra. Cristina Matos avalia como o discurso religioso tradicional na mídia desconstroi as religiões de matrizes africanas.
terça-feira, 3 de junho de 2014
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 8
O racismo no futebol foi um dos temas discutidos no Colóquio. Aqui a professora avalia a repercussão midiática nos constantes casos de discriminação racial no futebol.
Colóquio Diversidade étnica - Parte 9
Neste vídeo a professora comenta os fatores que contribuem para a construção de uma identidade negra.
Colóquio Diversidade Étnica - Parte 10
Neste vídeo a professora Dra. Cristina Matos explica o fato de crianças estarem reproduzindo discursos e atitudes discriminatórias.
Colóquio sobre Diversidade Étnica - Parte 11
Outro aspecto importante da discussão foi a estética negra. Neste vídeo a professora responde uma questão sobre a aceitação do cabelo crespo.
Colóquio sobre Diversidade Étnica - Última parte
A eleição de Lupita nyong'o como a mulher mais linda do mundo foi um dos temas do debate. Aqui a professora Dra. Cristina Matos avalia a polêmica feita em torno desse fato.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Efeitos da discriminação racial
Desde muito pequenas, as crianças de diferentes grupos
étnicos já passam por processo de discriminação muito cruel. Elas aprendem que
existe um biotipo perfeito que aparece nos contos de fada e chegam ao mundo
real. Vejamos neste vídeo postado no You Tube por Leonardo Lima, o preconceito
e a falta de aceitação que as próprias crianças demonstram.
Jude Alves
quarta-feira, 21 de maio de 2014
O que é quilombo?
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Descrição para cegos: a ilustração traz o mapa da Paraíba com diversas divisões, mostrando os lugares onde estão os quilombos. |
O que
você imagina ao ler a palavra QUILOMBO? Cotidianamente é
comum as pessoas relacionarem as comunidades quilombolas a um local
que abriga negros fugitivos. Essa ideia provém da época da
escravização, mas atualmente não faz tanto sentido.
Como foi
informado na primeira postagem desse blog, a identidade étnica de um
grupo é a base para sua forma de organização, de sua relação com
os demais grupos e de sua ação política. Os fatores comuns definem
a etnicidade de um povo.
Com os
quilombolas não é diferente, pois eles são grupos étnicos que se
formam a partir das relações com a terra, o parentesco, a
ancestralidade e as culturas próprias. As comunidades quilombolas
também podem ser entendidas como um símbolo de resistência
cultural.
A maioria das
comunidades quilombolas estão situadas em zonas rurais de difícil
acesso onde falta água tratada, energia elétrica e, principalmente,
educação. A construção de políticas pedagógicas educacionais
nos quilombos tem que ser efetivada de acordo com as experiências
das pessoas pertencentes àquela comunidade; por exemplo as relações
na família, as tradições culturais e religiosas e o trabalho com a
terra.
Uma lei instituída em
2003 traz uma alternativa para valorização da cultura e da história
quilombola e desconstrói os estigmas relacionados a essa população.
A lei 10.639/03 torna obrigatório o ensino da História e Cultura
Afro-brasileira e a luta dos negros no Brasil e a formação da
sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes à História do
Brasil.
Na Paraíba existem 39
comunidades quilombolas identificadas. Destas, 37 são certificadas
pela Fundação Cultural Palmares, que totaliza cerca de 2.500
famílias.
Thais Vital
sexta-feira, 16 de maio de 2014
“Negro sujo!”
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Descrição para cegos: a imagem mostra o rosto de um homem negro e uma mão branca na frente do seu rosto. |
Foto: Pixabay
Não
sou negra, mas venho de uma família de negros e brancos, e apesar de
nunca antes ter testemunhado um ato de racismo, o tema sempre me
chamou atenção - talvez com menos importância que hoje. Nunca
consegui entender porque as pessoas se importam tanto com a cor da
pele, até o dia em que vi um rapaz ser humilhado em seu ambiente de
trabalho, apenas por não ter nascido branco. O título deste texto
foi retirado da boca de uma senhora, a qual é a “inspiração”
deste escrito.
Aos
berros a mulher xingava o cobrador, por ele não ter permitido que
ela entrasse e saísse de um terminal de integração sem pagar outra
passagem. Ele tentava explicar que foi a ordem que recebeu e que se
ela insistisse, a passagem sairia do seu bolso e ele seria
prejudicado. Nesse exato momento comecei a perceber que ela não
estava com raiva do funcionário, mas do negro que “cruzou” o seu
caminho naquela noite. “Negro, sujo! Negro devia não ter emprego,
porque não sabe trabalhar. Só nasceu pra ser escravo mesmo”,
gritava a mulher.
Além
da raiva que tomou conta de mim, senti uma enorme vergonha. Vergonha
por ser branca, vergonha por não ter feito nada no momento, vergonha
por sentir pena do rapaz, vergonha por pertencer a essa sociedade que
aceita o negro, que tem amigos negros, contanto que não estejam em
suas famílias.
Hoje
percebo que o rapaz não precisa da minha pena, não precisa da minha
vergonha. Os negros precisam sim, que eu entenda o preconceito que me
rodeia, entenda que o racismo tem que ser combatido, que o negro não
era escravo, mas foi escravizado.
Minha
função é retirar as cortinas que encobrem as janelas do racismo, e
eu começo por esse texto.
Poliana
Lemos
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Diversidade Étnica no ambiente escolar
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Descrição para cegos: a foto retrata dois meninos, um branco e um negro de mãos dadas. Ao fundo, 8 crianças e 5 adultos estão abraçados. |
Foto: Rogério Capela
O tema da diversidade étnico-racial deveria começar
a ser debatido nos primeiros anos escolares. A determinação de uma só cultura, além
de anular a identidade das pessoas, vem distorcer o entendimento da realidade,
principalmente quando falamos em crianças.
Não podemos permanecer admitindo que o outro, visto
como “diferente”, tenha que se reprimir ou aderir à cultura de quem controla o
poder, mandando e determinando o que é apropriado.
O ambiente escolar é o lugar onde os níveis sociais
e as classes marginalizadas e menos privilegiadas pela sociedade dão início a
um período de transição do seu modelo de vida, jeito de ser, aprender e de
significar. A escola constitui também o recinto onde esses grupos e classes
veem a oportunidade da transformação e crescimento social, cultural e
econômico. Nesse espaço é muito comum vermos também a aparição de um modelo
cultural que é tido como mais significante que os outros. E é exatamente essa atitude
de uma só cultura, que exclui e reprime, que precisa ser verificada e eliminada
das atividades no seio dos estabelecimentos de ensino, que se apresentam desde
os níveis de base, passando pelo Médio e chegando até o nível Superior.
Dessa forma é que diferentes grupos étnicos vêm
trabalhando atualmente pelo reconhecimento cultural. Deseja-se um desenvolvimento
social novo, combate-se através da superação da discriminação, do abuso e das
desigualdades entre os povos toda essa exclusão e exploração de grupos étnicos.
Por intervenção da cultura almeja-se garantir nessa natureza de diversidades as
diversas individualidades.
Jude Alves
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Afinal, somos todos macacos?
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Descrição para cegos: a imagem é uma montagem com diversas fotos de macacos. |
Foto: Freepik
A campanha publicitária
“#Somostodosmacacos” continua sendo motivo de repercussão em todo o mundo. A
atitude inusitada do jogador do time do Barcelona, o brasileiro Daniel Alves,
de comer uma banana que fora jogada no gramado, reacendeu a discussão sobre o
racismo. Mas será que nos comparando a macacos, não estaríamos nos segregando
dos nossos irmãos brancos, amarelos, ou de qualquer outra cor de pele em
questão?
O racismo é uma via de
mão dupla. Existem aqueles que sofrem a discriminação e os que se auto
discriminam. Consigo visualizar os dois neste caso. Em um primeiro momento
ocorre a discriminação por parte do torcedor do Villareal. O ato de jogar a
fruta, fazendo assim referencia ao macaco, afirmando que pessoas que não tem a
pele branca são seres inferiores. Mas
devemos aqui fazer uma ressalva: nem todas as espécies de macacos tem a pelagem
preta. Assim como nós humanos, existem macacos brancos, pardos e amarelos.
Contudo, comprando esta ideia e nos comparando a esses primatas, traçamos assim
uma divisão com as outras etnias humanas, e nos excluímos da condição de Homo
Sapiens, seres evoluídos assim como todo o resto da humanidade. Não somos
diferentes. Somos todos pertencentes à raça humana.
Apesar de ser um
esporte de origem ariana, oriundo da Inglaterra, o futebol teve que se curvar a
genialidade do rei Pelé e de tantos outros negros que já desfilaram e até hoje
desfilam seus dribles e passes desconcertantes que fazem a alegria de todos os
torcedores. Sendo assim, acredito que não somos macacos. Somos humanos e o
nosso dever é lutar contra a discriminação racial e mostrarmos que somos todos
iguais.
Wanderson
Fernandes
terça-feira, 13 de maio de 2014
Tudo junto e misturado? Nem tanto...
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Descrição para cegos: a ilustração de fundo negro traz uma pergunta dentro de um balão amarelo: Nós vivemos uma democracia racial? |
Foto: Thais Vital
O mito da democracia racial é a ideia de que existe no Brasil uma convivência pacífica nas relações étnico-raciais e que, na prática, todos têm direitos iguais na sociedade. É decepcionante saber que existem pessoas adeptas a essa ideologia Freyreana. É sobre isso e as famosas bananas que tomaram conta dos campos de futebol que a jornalista Silvia Elaine disserta no texto a seguir, publicado no Observatório da Imprensa.
(Thais Vital)
Tudo junto e misturado? Nem tanto...
Os brasileiros têm vivenciado uma situação intrigante. Com o advento da Copa do Mundo, os olhos do planeta se voltam para cá. E que imagem este mundo tem de nós, brasileiros? Alguns mitos precisam ser problematizados, como a nossa tão ilusória “democracia racial”. A ideia de que nossas relações sociais se dão harmoniosamente no campo racial.
Algumas características marcam o racismo enquanto ideologia. Entre elas, podemos citar a animalização do outro e a naturalização das hierarquias sociais. A animalização quase sempre acontece por meio da piada, ou da chacota, e interioriza um pensamento de inferioridade deste outro. “Cada macaco no seu galho”, como diz a música e ironizou, em seu programa semanal, Fernanda Lima no contexto da sua indicação a apresentadora oficial do sorteio da Copa do Mundo, no fim do ano passado. Segundo rumores, Camila Pitanga e Lázaro Ramos (negros) teriam sido vetados pela Fifa como apresentadores do evento. A modelo e apresentadora, ao lado de seu marido, Rodrigo Hilbert (ambos loiros), teriam sido escolhidos para a substituição. Um dia após a polêmica, a música foi tema de abertura do programa semanal Amor e Sexo, da Rede Globo, no qual Fernanda Lima é apresentadora.
sábado, 10 de maio de 2014
Discriminação racial: Percepções de quem sente na pele
Foto: Thais Vital
“Alisei meus cabelos dos 15 aos 23 anos e sempre
tive vergonha da forma como ele era, achava-o feio e as pessoas sempre
reforçaram isso”. Foi assim que a nossa conversa começou. Num tom que variava
entre a revolta e a decepção. Com uma infância marcada pela discriminação
racial, R. Silva luta contra o racismo diariamente, seja na universidade ou na
conversa entre amigos.
Com os dedos timidamente enrolando os pequenos
cachos do cabelo, o rapaz de 24 anos, estudante de Letras na Universidade
Federal da Paraíba, revelava o sentimento de tristeza ao relatar as atitudes
discriminatórias sofridas desde os 10 anos de idade. “Uma vez fui ao
supermercado e o gerente pediu que me revistassem desconfiando que eu havia
roubado algo do estabelecimento, mesmo que eu não demonstrasse nenhuma ação que
justificasse a atitude dele”, comenta com um tom de revolta.
Entre
comentários sobre a cordialidade do racismo brasileiro, R. Silva revelava que se
sentia envergonhado por ter o cabelo crespo e que resolveu alisá-lo para fugir
dos apelidos que tanto estigmatizam essa característica afrodescendente. “A
mídia, meus amigos, minha família e a sociedade como um todo sempre apontaram o
cabelo liso como algo essencial, em termos de beleza”, justifica.
Ao ser questionado sobre como ele se sente hoje, o
estudante muda totalmente de expressão e abre um sorriso acanhado que denota
uma elevada autoestima: “Hoje eu me amo! Sinto-me uma pessoa bela, com o nariz,
com o cabelo, com a boca e com a cor que eu possuo. Uma pessoa bela pelas
particularidades que eu tenho!”, descreve-se sorrindo.
Jornalisticamente eu não deveria me meter, mas como
o texto é meu e esse rapaz me representa enquanto cidadão negro, expresso aqui
a minha indignação e vergonha por pertencer a uma sociedade suja e racista que
não respeita ao menos os cachos dos nossos cabelos afro-descendentes!
Thais Vital
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