Descrição para cegos: imagem de Leci Brandão sorrindo, em frente a um microfone de estúdio e usando fones de ouvido. |
Por Luana Silva
Leci Brandão nasceu no Rio de Janeiro,
em 1944. Considerada um dos principais nomes do samba no Brasil, a cantora e
compositora é também uma grande figura no ativismo contra o racismo e
desigualdade.
De família humilde, desde muito cedo
Leci Brandão conciliava trabalho e estudo para ajudar em casa. Em 1970,
enquanto trabalhava na Universidade Gama Filho, participou de um concurso de
música da instituição e conquistou o prêmio de artista revelação.
Em 1972, entrou para a ala de
compositores da escola de samba Mangueira, tornando-se a primeira mulher a
fazer parte desse importante setor. A partir desse episódio, sua carreira
começou a despontar e, em 1975, assinou um contrato com a gravadora Marcos
Pereira.
Em muitas de suas letras, aborda o
racismo, a negritude e outras questões sociais. Casa Grande e Senzala , de 1976, por
exemplo, fala sobre o tempo da escravidão e da bravura daqueles que foram
submetidos a isso. Já a canção Marias faz uma comparação
entre a rotina de uma Maria da cidade e uma Maria do subúrbio, mostrando
diferentes realidades. “Fiz da minha arte um instrumento para defender as
pessoas”, afirmou em uma entrevista para a
Rede TVT, em novembro de 2016.
Além do ativismo negro, Leci Brandão é
lésbica assumida. Em uma entrevista ao jornal Lampião da Esquina, de 1978, afirmou “O fato
de eu ser homossexual é uma coisa que não me incomoda, não me apavora, porque
eu não devo nada a ninguém”.
Em 2010, se candidatou a deputada estadual, em São Paulo,
pelo PCdoB. Foi eleita, se tornando a segunda mulher negra na Assembleia
Legislativa do estado e reeleita em 2014. Atua nas questões raciais, inclusão
social, políticas culturais, sociais e educativas.
Resistência é uma palavra que descreve muito bem a vida e a
trajetória de Leci Brandão. Não se intimidou, mesmo com as dificuldades e usou
a música para falar sobre as pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Quando se tornou candidata, assumiu o compromisso de defender esses povos, para
além do samba, nomeando o seu gabinete de “Quilombo da Diversidade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado em breve.