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Descrição para cegos: foto sombreada
com uma flor sobre o ombro de uma mulher.
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Por Elizabeth Souza
Escolhi
resistir, lembro bem o dia e o lugar.
Escolhi
resistir e não me calar perante termos jocosos que tentam me desqualificar.
Escolhi
resistir e não me permitir entristecer com comentários negativos como: “teu
cabelo é muito cheio”, “não é melhor alisar, não?”, “menina, e essa testa?”,
“nossa, teus olhos são muito grandes!”.
Escolhi
resistir e não me permitir assistir impassível ao racismo que mata, fere e
destrói vidas.
Escolhi
resistir todas as vezes que disserem que minha pele é quase branca numa
tentativa de deslegitimar minha herança genética.
Escolhi
resistir e não silenciar sempre que alguém disser que eu tenho que me contentar
com as migalhas que a mim forem oferecidas porque, na visão deles, não estou
podendo escolher.
Escolho!
Escolho sim! E as minhas escolhas estão preenchidas por alguém que vai muito
além do que um outro possa me oferecer. O que eu busco está em mim: a paz, o
sossego, o amor próprio e a força necessária pra encarar essa sociedade
preconceituosa e intolerante.
Escolhi
resistir e essa é uma escolha diária, que tem se renovado a cada manhã, na
tentativa de também alcançar outras pessoas, pois não adianta reter essa
energia só pra si, é preciso transbordar.
Não
quero somar na falta de amor, na intolerância e desigualdade que têm sufocado a
sociedade.
Vou
fazer diferente, escolhi resistir.
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