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Descrição para cegos: a imagem mostra uma roupa preta de bebê amarrotada, que contrasta com o fundo branco. |
Foto: Wanderson Fernandes
Ao
ligar a televisão e sintonizar nos programas policialescos, o número de pessoas
negras que aparecem nas matérias é bem maior do que as de outras raças. O
problema é o modo de como elas são mostradas, geralmente em cenas de prisões,
crimes de modo geral, e vítimas de homicídio.
A
Paraíba é o segundo pior estado no Nordeste e o terceiro no país para pessoas
negras viverem. Um estudo realizado pelo o Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas,
o IPEA, no ano de 2013, demonstra que a possibilidade de um homem negro ser
vítima de homicídio é 3,7 vezes mais do que a de um homem branco, o que leva a
expectativa de vida de um homem brasileiro negro ser menos da metade que a de
um branco. Para os pesquisadores, um dos principais motivos para esse alto índice
de violência contra a comunidade negra são as condições sociais e o racismo.
O
estereótipo construído ao longo dos anos, o qual liga os negros a diversas
modalidades de crimes, influencia diretamente nas posturas dos policiais, dos
vigias, vigilantes e até mesmo de pessoas comuns. Não é difícil encontrar
alguém que já tenha se desviado de uma pessoa negra, ao encontrá-la no caminho,
com medo de ser, no mínimo, assaltado.
Mas,
o que fazer para se desconstruir esse modo de pensamento impregnado na mente
durante tanto tempo?
Creio
que o ponto inicial deve ser dado por nós, jornalistas e formadores de opinião.
Cabe a nós mostrar que necessitamos de segurança e justiça para todos e não
para poucos. O crime independe de raça, gênero e religião. É um problema social
e não racial.